Page 36 Cefaleias um desafio
P. 36



trica. É importante perceber que um paciente com cefaleia não basta dizer que
é psicológico, é necessário validar esse diagnóstico pois só então o paciente
assumirá todas as orientações de tratamento.
Estes mecanismos quando persistentes por tempo suficiente desencadeiam
alterações da homeostasia neuronal e desencadeiam cefaleias que podem evo-
luir para uma cronicidade, e mais do que isso, se sem tratamento adequado
podem constituir uma verdadeira síndrome de dor crónica autónoma do me-
canismo psicológico que o originou.
Assim, só estando conscientes destes mecanismos e possibilidades pode-
mos intervir precocemente e impedir o curso maléfico de muitas cefaleias. Por
outro lado, é tão importante a avaliação com recurso a um exame complemen-
tar físico porque se suspeita de uma causa orgânica como o pedido de uma
avaliação psicológica (MMPI, McGill Pain Questionary, MPI, teste de Rors-
chach) numa unidade de dor.
O facto de existir uma cefaleia por motivo e mecanismo psicológico não
quer dizer que não exista uma base neurofisiológica e a dor não seja real, isto
é uma armadilha para os clínicos pois é equivalente a dizer ao doente que é
uma invenção sua e desvalorizar o verdadeiro sofrimento do doente. A cefaleia
é, nestas condições, sempre real e tem sempre mecanismos psicobiológicos
embora ainda não totalmente explicados.














































33
   31   32   33   34   35   36   37   38   39   40   41