Page 16 A Via Epidural em Analgesia Pós-Operatória
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Mecanismos de acção da
analgesia epidural
A introdução de substâncias anestésicas, no espaço epidural, provoca o bloqueio dos
impulsos nociceptivos nos segmentos medulares correspondentes. As alterações fisioló-
gicas dependem fundamentalmente da quantidade, concentração e tipo de fármaco uti-
lizado e da região a analgesiar.
Os anestésicos locais, após a sua administração no espaço epidural, actuam a dife-
rentes níveis:
– Nos nervos espinhais dorsais e ventrais.
– Através das meninges para o líquido cefalorraquidiano (LCR).
– Na medula espinhal.
– Nos gânglios dorsais e espaço paravertebral. Os opióides exercem a sua acção,
principalmente, no corno dorsal da medula espinhal.
De uma forma sistematizada, podemos dizer que o anestésico administrado difun-
de através da dura mater para as raízes nervosas, e daí, retrogradamente, até à me-
dula e LCR.
A difusão anterógrada para as raízes origina um bloqueio paravertebral, mais evi-
dente nos jovens, com maior permeabilidade dos buracos de conjugação.
A difusão retrógrada, podendo constituir-se como a mais importante, dá à anestesia-
analgesia epidural (AAE) um carácter metamérico.
Os analgésicos administrados por via epidural tem vários sistemas de drenagem:
– Os buracos de conjugação que comunicam com os espaços paravertebrais.
– Os vasos sanguíneos e linfáticos para a circulação sistémica.
– A dura mater.
– A gordura peridural fixadora de analgésicos lipossolúveis, funcionando como
depósito.
Estes factores, associados ao nível da injecção e ao volume de fármaco administra-
do, são os responsáveis pela extensão do bloqueio analgésico.
O volume influencia a difusão da solução no espaço epidural. Em termos gerais
pode-se dizer que a extensão do bloqueio analgésico depende da quantidade de fármaco
administrada, enquanto que a intensidade e duração da analgesia depende da sua con-
centração.
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