Page 43 A Via Epidural em Analgesia Pós-Operatória
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Quadro 6. Opióides
Fármaco Dose única Perfusão Início Duração
(mg) (mg/h) (min) (h)
Morfina 1-6 0,1-1 30 6-24
Fentanil 0,025-0,1 0,025-0,1 5 2-4
Sufentanil 0,01-0,06 0,01-0,05 5 2-4
Alfentanil 0,5-1 0,2 15 1-3
• Náuseas e vómitos.
• Sedação.
• Tolerância.
• Depressão respiratória precoce.
– Imprevisíveis. Não estão sempre relacionados com a dose e não dependem da
absorção sistémica:
• Prurido.
• Retenção urinária.
• Depressão respiratória tardia.
As náuseas e vómitos são efeitos adversos com uma incidência de 10-35%. Parecem
resultar da acção central dos opióides na trigger zone dos quimiorreceptores da protu-
berância, aumento da sensibilidade vestibular e atraso do esvaziamento gástrico.
O tratamento consiste na administração de antieméticos como a metoclopramida,
antagonistas da serotonina (ondasetron e granisetron), anti-histamínicos ou neuro-
lépticos.
A sedação é muito comum quando os opióides são administrados por via endove-
nosa ou intramuscular. Os opióides hidrofílicos produzem maior sedação do que os
lipofílicos.
A tolerância aos opióides pode aparecer após administração prolongada, e por este
motivo é rara na AEPO. Na maioria dos casos trata-se de uma tolerância farmacológica
real, fruto de uma dessensibilização e uma diminuição dos receptores opióides. A tole-
rância obriga ao incremento da dose, aumento da frequência de administração ou à
substituição do opióide.
Os opióides provocam uma redução da resposta (dose dependente) dos centros
respiratórios bulbares à hipoxemia e hipercapnia. A depressão respiratória pode ser
precoce ou tardia dependendo dos opióides utilizados. É mais frequente com a utilização
da morfina.
O tratamento consiste na estimulação física e administração de antagonistas – na-
loxona nas doses habituais.
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