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Opióides ou não opióides, todos os analgésicos se mostram incapa-
zes de uma melhor performance que antidepressivos ou anticonvulsi-
vantes e fica sempre a ideia de que falta o fármaco ideal para interferir
de forma mais directa na dor neurogénica.
Daí a multidisciplinaridade ser nestas situações, tal como noutras de
dor crónica, um instrumento indispensável, envolvendo profissionais de
várias áreas e terapêuticas de vários tipos, desde as físicas às farmaco-
lógicas, passando pelas técnicas de intervenção e pela neurocirurgia.
Era, por tudo isto, imperativo dedicar, nesta obra, um volume à dor
neuropática e, no futuro, porventura, até mais.
Abordando as generalidades e as principais síndromas específicas
que a caracterizam, Maria da Luz Quintal utiliza a sua marcante expe-
riência para, de uma forma muito pessoal, fazer um retrato fiel da
complexidade do tema, permitindo mesmo que até os menos identifi-
cados com ele percebam do que se fala quando se alega a enorme difi-
culdade clínica da sua abordagem.
José Manuel Caseiro
IV