Page 38 Volume 18 - N.1 - 2010
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L. Tiago, R. José: Dor Crónica Não Oncológica




Controlo efectivo da dor

Melhoria da qualidade de vida do paciente
Comportamentos abusivos

Comportamentos de adição
Maior dificultade na abordagem de Clínicos favoráveis
pacientes com comorbilidades Clínicos desfavoráveis

Depressão respiratória
Diminuição do recurso aos serviços
de saúde
–0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5


Figura 3. Score composto referente à atitude dos clínicos favoráveis versus clínicos desfavoráveis.
Os scores traduzem o produto cruzado (c × a ) referente a cada um dos itens utilizados de modo a avaliar as atitudes
i
i
dos clínicos inquiridos em relação à prescrição de MOF. Escala: –4 = extremamente desfavorável a +4 = extremamente
favorável.



Uma parte considerável dos participantes com DCNO. A literatura entretanto publicada a
(41,2% [63/153]) classificou a respectiva forma- propósito desta temática tem feito referência a uma
ção como sendo suficiente; parte igualmente maior probabilidade de comportamentos de adi-
significativa (39,2% [60/153]) considerou-a insu- ção (nomeadamente aquando do consumo de
ficiente. Apenas 19,6% (30/153) dos inquiridos opióides) entre os pacientes com predisposi-
a classificaram como sendo boa ou muito boa. ção para os mesmos 7,30,31 . Contudo, existem
poucas evidências sugerindo que a ocorrência
Discussão desses comportamentos seja comum entre os
O presente estudo permitiu a obtenção de pacientes com DC sem qualquer história prévia
19,21,31-33
uma visão global da atitude dos CCSP em rela- de adição .
ção à prescrição de MOF para pacientes com
DCNO de intensidade moderada-forte.
A maioria dos clínicos inquiridos (66,9%
[103/154]) classificou a respectiva atitude como
sendo favorável à prescrição de MOF. Apenas Muito boa
24 (15,6%) dos respondentes se classificavam 5%
como sendo desfavoráveis em relação à mes-
ma. Este estudo, de forma semelhante aos es-
17
tudos de Potter, et al. e de Nwokeji, et al. , Boa
4
demonstrou, pois, a inexistência de consenso 15%
entre os CCSP quanto à possível utilização des- Insuficiente
te tipo de analgésicos como opção terapêutica 39%
na abordagem da DCNO, sendo, no entanto,
notória uma menor percentagem de clínicos Suficiente
desfavoráveis à mesma do que a encontrada 41%
nos estudos similares utilizados como referên-
cias comparativas.
O estudo em consideração não terá analisado
muitos dos factores potencialmente envolvidos
na determinação da atitude dos clínicos em re- Figura 4. Classificação da formação referente à
lação à prescrição de MOF. prescrição de MOF na abordagem de pacientes com
Dos factores considerados, a possível ocor- DCNO.
rência de comportamentos abusivos e/ou de Em resposta à pergunta «Como classifica a sua DOR
formação no que se refere à prescrição de MOF na
adição foi identificada como sendo o principal abordagem da DCNO?».
obstáculo à prescrição de MOF para pacientes 37
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