Page 60 Manual de Interações medicamentosas no tratamento da dor crónica
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Conclusões

• Não é expectável que o Médico memorize ou saiba todas as IM possíveis.
No entanto o profissional terá de reconhecer a possibilidade de existirem
IM, particularmente nos indivíduos polimedicados, nos doentes com múl-
tiplas patologias e nos doentes vulneráveis ou frágeis;


• Os princípios gerais das IM deverão ser conhecidos, e são particularmen-
te importantes na área da dor dada a prevalência da terapêutica polifar-
macológica e multimodal;


• Há um conjunto de fármacos que estão mais vezes referenciados como
estando envolvidos em IM graves, pelo que a sua prescrição deve ser par-
ticularmente cuidadosa: ciclosporina, eritromicina, fluconazol, itraconazol,
cetoconazol, inibidores da monoaminoxidade (IMAO), petidina, fenitoína,
rifampicina, inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), teofi-
lina, varfarina.


• A segurança e eficácia dos opioides nos doentes polimedicados é difícil
de prever e a polifarmácia não é abordada nos guidelimes de tratamento
da dor;


• A necessidade de recolher história farmacológica detalhada, não só dos
fármacos prescritos pelo médico, mas também dos MNSRM e outros pro-
dutos eventualmente associados (suplementos, produtos naturais…);


• Existem múltiplos instrumentos de fácil acesso para avaliar os riscos de
IM; não podemos esquecer que os estudos que existem nem sempre têm
a qualidade desejável, que as tabelas de IM são feitas com base em fár-





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