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parto não ocorra até ao final do efeito da analgesia subaracnoideia, inicia-se então
uma analgesia por via epidural. Habitualmente utilizamos a técnica de bólus
internitentes, com ropivacaína 2 mg/ml, 10 a 15 ml a cada 90 min, aproximadamente.
A ropivacaína apresenta, em nossa opinião, uma superior diferenciação do
bloqueio sensitivomotor, comparativamente à levobupivacaína. Nomeadamen-
te, na fase final do trabalho de parto, consegue-se uma sensação de “pressão”
perineal que faz com que a grávida sinta que, de alguma forma, “está a ser
mãe” – ou seja, a ter um bebé sentindo “alguma coisa”…
Sempre que temos material disponível, aplicamos o método de PCEA
(patient controlled epidural analgesia), com uma solução de ropivacaína
1 mg/ml + fentanil 2 µg/ml, e o seguinte protocolo:
Modo: PCEA
Contínuo: 0
Bólus: 15 ml
Lockout: 15 min
Max. 2 bólus em cada 60 min.
Este método, até agora, tem-se revelado aparentemente de boa qualidade
e grande aceitação pelas grávidas, carecendo ainda de validação, a qual está
em curso.

5.6.1.3. Analgesia por bloqueio epidural
Por nós utilizada, hoje em dia, apenas:
• Para “antecipação” de analgesia, em situações de difícil gestão dos
recursos humanos na sala de partos – ou seja, coloca-se o cateter numa
fase de maior disponibilidade do anestesiologista, de forma a assegurar
o início da analgesia no momento adequado e sem tempos de espera.
• Em grávidas que tenham tido cefaleias pós-punção da dura-máter
(PDPH), em técnica anterior.
Reforçamos que, em casos seleccionados, achamos aceitável a colocação
do cateter epidural previamente ao início da indução do trabalho de parto ou em
situação de rotura espontânea de membranas sem contractilidade regular,
em grávida de termo.
A técnica epidural já foi descrita acima, sendo “clássica”. Sempre que a
bomba de PCEA esteja disponível, esse é o método por nós eleito.

5.6.1.4. Analgesia por bloqueio subaracnoideu
De grande qualidade e eficácia na multípara que se apresenta com um
trabalho de parto muito rápido, ou chega à sala de partos com 8 a 10 cm de
dilatação. A qualidade da analgesia é excelente, permitindo até a realização
de uma eventual curetagem/dequitadura manual ou instrumental. Naturalmen-
te que permite a realização de todos os tipos de parto instrumental. Os
fármacos utilizados, num volume total de 3 ml, estão descritos acima.

5.7. Algumas complicações da analgesia peridural
Seleccionamos duas complicações relativamente frequentes no nosso quo-
tidiano:
• A dor lombar, referida pelas puérperas desde alguns dias até meses após
o parto. Assim, está hoje aparentemente demonstrado que não existe
associação deste fenómeno com as técnicas de analgesia peridural 20,21 .

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