Page 23 Dor Neuropática
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disestésico. Alguns doentes não referem dor mas sim sensações des-
agradáveis, condicionando uma má qualidade de vida.
A dor central pode aparecer semanas, meses ou anos após a oco-
rrência da lesão, e parece estar associada a alterações sensoriais envol-
vendo as vias da dor.
Segundo o padrão topográfico as causas que levam com maior fre-
quência à dor central são:
• Nos hemisférios cerebrais
– Lesões vasculares
– Lesões traumáticas incluindo as pós-cirúrgicas
– Tumores, infecções
– Epilepsia
• No tronco cerebral
– Lesões vasculares
– Lesões traumáticas incluindo as pós-cirúrgicas
– Tumores, infecções
– Esclerose múltipla (nevralgia do trigémio)
• Na espinhal medula
– Lesões traumáticas
– Esclerose múltipla (distribuição radicular)
– Infecções
– Lesões vasculares
– Tumores
– Seringomielia
– Mielopatias tóxicas
A causa mais frequente de dor central são os acidentes isquémicos.
Num estudo prospectivo com 267 doentes com acidente isquémico
agudo, Andersen, et al. referem 8% dos doentes com dor central, e
destes, 5% com dor grave e moderada.
A dor central está associada a uma disfunção ao nível espino-talâ-
mico cortical, que é variável na intensidade e tipo de dor de doente para
doente, independente do factor etiológico.
O diagnóstico é feito essencialmente pela história clínica e exame
neurológico cuidado. Dos exames complementares de diagnóstico, a
neuro-imagem (TC e RM cerebral e do neuroeixo) é essencial.
O diagnóstico, por vezes, é difícil, especialmente em doentes que
revelam sinais focais no exame neurológico, e os exames por neuro-
imagem são normais. Nestes casos os exames neurofisiológicos e o PET
podem dar uma grande ajuda.
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