Page 27 Dor Neuropática
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A etiologia da dor fantasma é desconhecida. Síndromas álgicas cró-
nicas com sintomas similares podem ser causadas por lesões envolven-
do nervos periféricos, espinhal medula ou encéfalo.
No doente que é amputado, a secção dos nervos periféricos induz mu-
danças anatómicas, fisiológicas e bioquímicas, emitindo estímulos anormais
ao sistema nervoso central, que o cérebro pode interpretar como dor.
O cérebro contém uma matriz neuronal que, além de responder à
estimulação sensitiva, gera continuamente impulsos padrão, indicando
que o corpo está intacto e a sua identidade (teoria da matriz neural).
Se a matriz operasse na ausência de impulsos sensoriais da periferia do
corpo, seria criada uma impressão/sensação da existência dum membro
mesmo após a sua remoção.
Em alguns tipos de dor fantasma a fisiologia é conhecida, como a
sensação de queimadura/formigueiro (baixa de volemia no coto) ou a
sensação de cãibras pelos espasmos no coto. Na dor aguda, tipo cho-
que, a fisiologia é desconhecida.
Factores que alteram a dor fantasma
Factores agravantes Factores que aliviam
Emocionais Repouso
Stress Prótese
Mudança de temperatura Massagem
Dores noutra localização Técnica de espelho
Prótese
A dor fantasma pode aparecer na 1ª semana após a amputação ou
passados meses ou anos, ou diminuir gradualmente de intensidade e
frequência até desaparecer ao longo dos anos, mas cerca de 50 a 79%
dos doentes amputados têm dor durante muitos anos.
A dor grave aparece em cerca de 5 a 10%.
90
80
70
60
%
50
8 dias
40 6 meses
30 2 anos
20
10
0
Todo o Proximal Distal
membro e distal
Ilustração 1. Gráfico representativo de percentagem quanto à localização da dor
fantasma no membro amputado.
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