Page 7 Manual de Interações medicamentosas no tratamento da dor crónica
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Introdução
Os doentes com dor moderada a severa poderão necessitar, entre outros, de
medicamentos opióides. Muitos deles terão múltiplas comorbilidades com ou
sem relação direta com a dor, algumas delas com necessidade de um ou mais
fármacos.
As guidelines de abordagem da dor crónica, oncológica ou não oncológica,
não levantam a questão da medicação múltipla (polifarmácia), e focam, na
maior parte dos casos, a seleção do doente, a monitorização – nomeadamen-
te o risco de abuso, e a adesão ao tratamento. São normalmente documentos
que abordam uma modalidade de intervenção e/ ou um tipo de mecanismo.
Dada a prevalência crescente de doentes mais velhos, com doença(s) cróni-
ca(s), tratados por múltiplas especialidades nem sempre com canais de comu-
nicação/colaboração funcionais, do impacto da interação entre medicamentos,
da interação fármaco-doença, fármaco-alimentos, dos custos diretos e indi-
retos associados à polimedicação, defendemos a necessidade de levantar a
questão e propor estratégias de minimização de risco.
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