Page 10 Manual de Interações medicamentosas no tratamento da dor crónica
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O doente oncológico, para além da medicação anti-tumoral, faz medicação
para os efeitos laterais, para as comorbilidades e eventualmente para a dor,
pelo que poderá ter um risco maior de IM. (Riechelmann, Tannock, & Wang,
2007) (Blower, de Wit, Goodin, & Aapro, 2005)
Existem dois estudos em doentes oncológicos, conduzidos em ambulatório
e com tratamento antitumoral endovenoso, que sugerem que a ocorrên-
cia de pelo menos uma IM poderá surgir em 27-58% dos doentes. (Van
Leeuwen, Swart, & Boven, 2011) (Riechelmann, Tannock, & Wang, 2007).
Num estudo multicêntrico, com doentes ambulatórios sob tratamento an-
titumoral oral, os resultados foram comparáveis. (Van Leeuwen, Brundel, &
Neef, 2013)
Existem algumas situações que parecem ser de risco acrescido para IM no
doente ambulatório tais como alguns tipos de neoplasia (por ex. tumores do
SNC), a concomitância de comorbilidades; já no doente hospitalizado, o au-
mento do risco parece associar-se ao uso de 8 ou mais fármacos, ou a inter-
namento superior a 6 dias. (Riechelmann, Moreira, Smaletz, & Saad, 2005)
Admite-se que os efeitos adversos resultantes das IM possam justificar 4%
das mortes em oncologia. (Buajordet, Ebbesen, & Erikssen, 2001)
Na população em geral, 20 a 30% dos eventos adversos farmacológicos re-
portados na literatura são causados por IM. (Van Leeuwen,Brundel, & Neef,
2013) (Lohr, 2009) (Lees & Chan, 2011). Acresce que o uso de Medicamen-
tos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) (Apifarma) se associa também
a um aumento do risco de IM. (Tascilar, Jong, Verweij, & Mathijssen, 2006)
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