Page 9 Manual de Interações medicamentosas no tratamento da dor crónica
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Incidência das IM
A epidemiologia das IM não é conhecida existindo poucos estudos di-
rigidos. A frequência das IM na prática clínica, sugerida na literatura, é
variável, podendo as discrepâncias serem condicionadas pela população
estudada, desenho do estudo e metodologia escolhida. Dos dados exis-
tentes admite-se que cerca de 1/3 dos doentes em ambulatório poderá
estar em risco, embora o seu valor real seja desconhecido. (Riechelmann,
Zimmermann, & Chin, 2008)
Estima-se que a prevalência de IM adversas varia entre 2,2 e 30% em
doentes hospitalizados e 9,2 a 70% em doentes ambulatórios. (Shannon,
2007). Esta prevalência aumenta com a idade e com o número de fárma-
cos que o individuo toma. (Baxter, 2008)
Os dados publicados sugerem que mais de metade dos doentes não ins-
titucionalizados acima dos 65 anos está medicado com 5 ou mais medi-
camentos. (Kaufman, Kelly, & Rosenberg, 2002). Se considerarmos que o
risco de IM é de cerca de 50% no doente que tem 5 fármacos prescritos,
ou de 100% se toma mais de 7 fármacos, será fácil perceber a potencial
dimensão deste problema. (Lohr, 2009) (Blower, de Wit, Goodin, & Aapro,
2005)
Os idosos são particularmente propensos às IM, uma vez que para além
da idade, também a má nutrição, má absorção, doença hepática e renal
crónicas, são fatores de risco acrescidos. (Riechelmann, Moreira, Smaletz,
& Saad, 2005)
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