Page 39 Volume 12, Número 4, 2004
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Dor (2004) 12
B
A † 1,60 *
Contrações vesicais/minuto 1,50 † ‡ * † * Contrações vesicais/minuto 1,40 †
1,90
1,20
1,00
1,10
0,80
0,70
0,60
0,40
D
C 0,30 Veículo 10 nM 50 nM 100 nM 500 nM 1 µM 5 µM 10 µM 1,40 Veículo 1 µM CAP 1 µM IRTX
Contrações vesicais/minuto 1,20 Contrações vesicais/minuto 1,20 ‡
1,40
†
1,00
0,80
1,00
0,60
0,40
0,80
10 nM IRTX + CAP 10 nM IRTX + CAP
1 µM CAP
E † Veículo 1 µM CAP 10 nM IRTX + CAP CPZ+CAP
Contrações vesicais / minuto 1,20
1,40
1,00
0,80
0,60
0,40
Veículo
naive
10 nM RTX 10 µM IRTX
†
Figura 1. A) Frequência urinária após aplicação de concentrações crescentes de IRTX, (*p < 0,05; p < 0,01;
†
‡ p < 0,001). B) Frequência urinária após aplicação de 50 nM IRTX ou 50 nM IRTX + 50 µM CPZ ( p < 0,01).
C) Frequência urinária após aplicação de 1 µM CAP, 10 nM IRTX + CAP ou 10 µM IRTX + CAP (p > 0,05).
D) Frequência urinária após aplicação de 1 µM CAP, 10 nM IRTX + CAP ou 50 µM CPZ + CAP ( p < 0,01;
†
‡ p < 0,001). E) Frequência urinária após aplicação de 1 µM CAP em ratos tratados previamente com veículo,
10 nM RTX ou 10 µM IRTX ( p < 0,01).
†
A aplicação tópica de 50 µM CPZ fez desapa- estudado como um novo e potencial alvo tera-
recer o aumento da frequência urinária causada pêutico para o tratamento destas desordens
por 50 nM IRTX (Fig. 1B). (Brady, et al., 2004; Dinis, et al., 2004). O uso
A co-aplicação tópica de CAP com 10 nM de CAP, RTX e outros análogos mostraram a
IRTX e 10 µM IRTX teve o mesmo efeito na fre- complexidade do processo de activação do
quência urinária do que a aplicação de apenas TRPV1 (McIntyre, et al., 2001; Ralevic, et al.,
1 µM de CAP (Fig. 1C). Contrariamente do que 2003). As aplicações de CAP e RTX podem
se verificou com 10 nM IRTX, 50 µM de CPZ dessensibilizar o TRPV1 (Maggi, et al., 1990). De
antagonizou o efeito de 1 µM CAP (Fig. 1D). facto, a reduzida pungência da RTX torna-o um
O pré-tratamento com 10 nM RTX e 10 µM agente terapêutico mais promissor do que a CAP
IRTX preveniu o aumento da frequência urinária (Szallasi, et al., 1989a,b; Szallasi, et al., 1990). Se
induzida pela CAP (Fig. 1E). estas duas moléculas são extensivamente utiliza-
O pré-tratamento com 10 µM IRTX reduziu o das em metodologias que prevêem o estudo dos
número de fibras CGRP imuno-positivas na mu- efeitos prolongados sobre o receptor, o uso de
cosa da bexiga (Fig. 2). Tal como na zona dos antagonistas competitivos é mais adequado para
ureteres (dados não mostrados), não ocorreu estudar respostas agudas.
alteração no número destas fibras imuno-positi- Com o objectivo de superar a inexistência de
vas na camada muscular (Fig. 3). antagonistas do TRPV1 usados para experiên-
cias in vivo, uma forma iodada da IRTX foi apre-
sentada como molécula candidata. Wahl, et al.
Discussão verificaram que a acção do IRTX no TRPV1 era
O TRPV1 é um canal catiónico presente em dependente da temperatura, tendo um nível
nociceptores da bexiga, que integra estímulos máximo de especificidade aos 37 C (Wahl,
o
nóxicos (Caterina, et al., 1997; Avelino, et al., et al., 2001).
DOR 2002). Este receptor parece estar envolvido no concentrações crescentes, induz um aumento
A aplicação tópica de soluções de IRTX, em
desenvolvimento de hiperactividade vesical (Cruz,
38 2004). Por esta razão, o TRPV1 tem vindo a ser no número de contracções da bexiga numa for-