Page 4 Volume 25 - N1 - 2017
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Dor (2017) 25

Editorial



Sílvia Vaz Serra





lá, o impacto na qualidade de vida e as perturba-
Encontramo-nos de novo. Já não era ções de ansiedade e depressão. Os autores
Osem tempo... tentaram também correlacionar diagnóstico de
Iniciamos (será que sim??), mais um volume dor neuropática com a expectativa de dor neu-
da revista DOR com um pertinente estudo que ropática e a sua consequente orientação tera-
pretende avaliar a prevalência de dor após lesão pêutica.
medular e investigar a relação da intensidade da Encerra este volume (ou talvez não, tudo é um
dor com a funcionalidade e com a sintomatolo- continuum...), um caso clínico que alerta para a
gia depressiva. Importantes as conclusões, sen- necessidade de identificação de dor neuropáti-
do de salientar a relevância do tratamento e a ca aguda causada pelo rápido controlo da gli-
melhoria da qualidade. A não perder. cémia em doentes diabéticos mal controlados.
Um excelente artigo, que explica de forma Tendo em mente a grande prevalência da dia-
clara e prática as bases e fundamentos para a betes na população em geral, muitas vezes com
realização de alguns procedimentos invasivos fraco controlo e necessidade de ajustes rápidos,
utilizados no tratamento da dor crónica no mem- este artigo é uma importante chamada de aten-
bro inferior com recurso a ecografia. Num volu- ção.
me anterior foi abordado, com igual mestria, a Deixo-vos com um poema de Alexandre O’Neill
utilização da ecografia em procedimentos no
membro superior. Vai querer completar a sua
aprendizagem. «Monstros e homens lado a lado,
Dor crónica pós -cirúrgica – um tema muito não à margem, mas na própria vida.
atual e de prevalência não despicienda. Nesta
excelente e exaustiva revisão bibliográfica são Absurdos monstros que circulam
abordados aspectos como a etiologia, os fatores Quase honestamente.
de risco, as possíveis causas e métodos preven-
tivos. Só com o conhecimento e identificação de Homens atormentados, divididos, fracos.
todos os fatores de risco se poderá preconizar Homens fortes, unidos, temperados.
e implementar a melhor abordagem preventiva,
alertando-se também, para a necessidade de Ao rosto vulgar dos dias,
mais e melhor investigação clínica. À vida cada vez mais corrente,
Segue-se mais um rigoroso e importante estu- As imagens regressam já experimentadas,
do retrospetivo que tem por objetivo a análise Quotidianas, razoáveis, surpreendentes.
de fatores de influência na dor numa consulta
de Dor. Pretenderam também relacionar os re- Imaginar, primeiro é ver.
sultados com a intensidade da dor manifestada, Imaginar é conhecer, portanto agir.»




















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