Page 6 Volume 25 - N1 - 2017
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Dor (2017) 25
Dor (2017) 25
Dor Após Lesão Medular –


um Estudo Transversal

Pain After Spinal Cord Injury –

a Cross-Sectional Study



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Hugo Amorim , Ana Ferreira , Bruno Mendes , Jennifer Pires ,
2
2
2
Inês Campos e Paulo Margalho 4,5
3



Resumo
Introdução: A dor é um sintoma frequente após lesão medular, com etiologia variável, muitas vezes refratária
ao tratamento instituído e potencialmente prejudicial para a qualidade de vida destes doentes.
Procuramos avaliar a prevalência da dor após lesão medular e investigar a relação da intensidade da dor
com a funcionalidade e com a sintomatologia depressiva. Materiais e métodos: Estudo transversal realizado
num internamento de reabilitação de lesionados medulares. Aplicamos a escala visual analógica (EVA) e a
International Spinal Cord Injury Pain Classification para medir a intensidade e classificar a dor, respetivamen-
te; o Inventário Resumido da Dor para aferir o seu impacto funcional e o Questionário sobre a Saúde do
Paciente – 9 (QSP-9) para objetivar a presença de sintomatologia depressiva. O impacto funcional e a sinto-
matologia depressiva foram comparados em dois subgrupos de intensidade: dor ligeira (EVA < 4,5) e dor
moderada a grave (EVA ≥ 4,5). Resultados: Incluímos 24 doentes. No momento da entrevista, 62,5% tinham
dor e 95,8% reportavam dor na última se mana, de intensidade média de 4,6 ± 1,70 cm. A dor nociceptiva e
neuropática estava presente em 79,2 e 62,5%, respetivamente. O grupo de doentes com dor moderada a
grave apresentou maior incapacidade funcional. Discussão: A elevada prevalência de dor nociceptiva e dor
neuropática após lesão medular pode ter implicações na terapêutica analgésica multimodal. A interferência
da dor na funcionalidade reforça a importância de um tratamento adequado para melhorar a qualidade de
vida. Conclusão: A dor no doente internado com lesão medular é muito prevalente e a dor moderada a grave
correlaciona-se negativamente com a funcionalidade.

Palavras-chave: Dor. Lesão medular. Qualidade de vida.








1 Interno de formação específica
em Medicina Física e de Reabilitação
Centro Hospitalar de São João
Porto, Portugal
2 Interno de formação específica
em Medicina Física e de Reabilitação
Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro
Rovisco Pais, Tocha, Portugal
3 Assistente Hospitalar de Medicina Física
e de Reabilitação
Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro
Rovisco Pais, Tocha, Portugal
4 Assistente Hospitalar Graduado Sénior
de Medicina Física e de Reabilitação
Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro
Rovisco Pais, Tocha, Portugal
Diretor do Serviço de Lesões Medulares
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DOR Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro
16 Rovisco Pais, Tocha, Portugal
E-mail: hfcamorim@gmail.com
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