Page 11 Analgesia em Obstetrícia
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2. Dôr no trabalho de parto


JOSÉ ANTÓNIO BISMARCK







Alguns testemunhos:
“A dor que experimentei foi horrível. Apesar de estar bem preparada para
um parto doloroso, nunca acreditei que fosse tão má” – parteira.
“A impressão popular acerca do parto nas sociedades primitivas, como
fácil e sem dor, foi definitivamente contrariada pelo nosso estudo. De facto, é
demorado e muito doloroso” – estudo de 1945.
A dor do trabalho de parto é considerada como uma das mais intensas
(Fig. 1).




LABOUR PAIN PAIN SYNDROMES 50 TRAUMATIC PAIN
CAUSALGIA AMPUTATION OF DIGIT
PRIMIPARAE
(UNTRAINED) 40
PRIMIPARAE
(TRAINED)
30
MULTIPARAE
(TRAINED & CHRONIC BACK PAIN
UNTRAINED) CANCER PAIN BRUISE
PHANTOM LIMB PAIN 20 FRACTURE
POST-HERPETIC CUT
NEURALGIA LACERATION
10 SPRAIN
TOOTHACHE
ARTHRITIS
0

Figura 1. Escala de intensidade dolorosa.

2.1. Origem e transmissão
A natureza da dor do trabalho de parto (TP) começa com a compreensão
do estímulo nociceptivo, que é percebido a nível central, e ao qual a parturi-
ente chama dor.
Nela, estão envolvidos os segmentos espinais de T10 a L3, responsáveis
pela inervação uterina, e os segmentos de S2 a S4, responsáveis pela inervação
do colo do útero, da vagina e do períneo.
Geralmente, o trabalho de parto é dividido em 4 fases:
A 1ª fase, durante a qual é necessário vencer a resistência do colo do
útero, é subdividida em duas:
– Fase latente – caracteriza-se pelo início das contracções uterinas, que
são progressivas e dolorosas, e termina quando a dilatação atinge os 3/
4 cm de dilatação.

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