Page 13 Analgesia em Obstetrícia
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Estes estímulos nociceptivos chegam ao corno dorsal da medula, onde são
processados.
Através do eixo espinotalâmico, chegam até: a) atálamo, cérebro e cerebe-
lo, onde é feita uma análise temporal e espacial, e b) sistemas hipotalâmico e
límbico, locais de origem das respostas emocionais (afectivas) e autonómicas.
2.1.2. 3ª e 4ª fases
Nestas fases, a dor reflecte os estímulos que acompanham a descida do feto
através do canal de parto, e a dequitadura da placenta. À medida que os tecidos se
recuperam, esses estímulos, centrais e periféricos, e hiperálgicos, diminuem de
intensidade, podendo, no entanto, prolongar-se por vários dias, devido, por exem-
plo, à episiotomia ou laceração de tecidos.
2.2. Efeitos fisiológicos
A dor no trabalho de parto pode ter efeitos negativos: para a parturiente,
para a progressão do próprio TP e para o bem-estar fetal. As alterações
respiratórias e a libertação de catecolaminas são os principais responsáveis.
Figura 3. Vias nervosas
aferentes do útero e
canal do parto – as
primeiras autonómicas a
as outras somáticas (em
Handbook of Epidural
Anaesthesia and
Analgesia – B.G.
Covino).
Poderemos resumi-los assim, segundo Browridge:
– Aumento do consumo de O , hiperventilação e hipotecária, com a
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consequente alcalose respiratória.
– Estimulação autonómica e libertação de catecolaminas, com inibição
gástrica e aumento da sua acidez, lipólise, aumento das resistências
vasculares periféricas, aumento do débito cardíaco e pressão arterial,
com consequente diminuição da perfusão placentária e actividade
uterina incoordenada.
No limite, estas alterações podem produzir acidose metabólica materna e
fetal, bem como disfunção do TP.
Felizmente, para a mãe e feto, o autor, na revisão efectuada, afirma que
estas alterações fisiológicas relacionadas com a dor no TP são relativamente
inócuas se não existirem complicações.
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