Page 10 Opióides
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Apontamentos históricos












Ópio, opiáceos, opióides, morfina e outros, são diversos nomes com
algumas particularidades, que servem para identificar um grupo de
substâncias que induzem efeitos farmacológicos muito próprios.
Denomina-se opiáceo um composto contendo a estrutura base da
morfina ou tebaína, possuindo alguma afinidade com um ou todos os
subtipos de receptores dos opióides. Alguns exemplos: heroína, bupre-
norfina e naltrexona. Opióide é qualquer composto, péptido ou outro,
que não possuindo a estrutura base da morfina (Fig. 1) ou tebaína, tem
alguma afinidade com algum ou todos os subtipos de receptores dos
opióides. Exemplos: endorfinas, fentanil e metadona.

O termo ópio é utilizado como o nome de um extracto do exsudado deri-
vado das sementes de uma papoila (Papaver somniferum) (Fig. 2). Existem
registos de que esta papoila era cultivada nas antigas civilizações da Pérsia,
Egipto e Mesopotâmia. Há também evidências que sugerem que o Homem do
Neandertal já a usava há 30.000 anos. No livro Odisseia de Homero, é referi-
do que esta substância era utilizada essencialmente para melhorar estados
psicológicos de depressão. Também em várias civilizações do Extremo Orien-
te, esta planta era empregue nos funerais. É por estas e outras razões que a
denominação «planta da alegria» ainda permanece nos nossos dias.




N––CH
3












HO OH
O
Morfina
Figura 1.


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