Page 15 Opióides
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Figura 7.



em honra do deus grego dos sonhos, Morpheus. Actualmente, a morfina
é isolada do ópio em grandes quantidades. No mercado ilegal, o ópio é
transformado em heroína.

Desde há muito tempo, os médicos tentam administrar fármacos sem
os ingerir. A administração oral do ópio, pode causar efeitos gástricos
desagradáveis. O desenvolvimento de seringas hipodérmicas, na segunda
metade do séc. XIX, veio revolucionar a administração dos opióides ao
permitir a injecção de morfina pura. Rapidamente a injecção de morfina,
passou a ser moda da alta sociedade americana. Também na Guerra Civil
Americana a morfina foi usada maciçamente pelos soldados feridos. No
fim do séc. XIX, na América, os opióides eram baratos, legais e abundan-
tes. Além disso, desconheciam-se os efeitos tóxico-dependentes da mor-
fina. Esta euforia «morfínica» atingiu inclusivamente os livros médicos,
que elogiavam as suas propriedades de «exaltação das melhores qualida-
des mentais».

Este optimismo precoce, rapidamente deu lugar à constatação das
propriedades de dependência associadas à morfina, nomeadamente em
relação às mulheres.

Nas décadas de 1850 e 1860, dezenas de milhares de chineses
emigraram para os EUA, e trabalharam na construção das linhas
de caminho de ferro e nas minas da Califórnia. Trouxeram consigo
o hábito de fumarem ópio, o que lhes permitiu suportar as condi-
ções desumanas de trabalho (Fig. 8). No entanto, a discussão médi-
ca em redor destas condições de vida e da influência social perni-


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