Page 13 Opióides
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Figura 5.


ainda hoje é usado como uma droga social, do qual são um exemplo
paradigmático os «fumadores de ópio».
Também em Inglaterra no séc. XIX, o laudanum é vendido livremen-
te nas farmácias, devido às suas propriedades estimulantes. Como con-
sequência desta «moda», a importação inglesa de ópio cresceu assusta-
doramente de 91.000 libras para 280.000 libras entre 1830 e 1860. Este
consumo desenfreado conduziu à proliferação de crianças «ópio-depen-
dentes», uma vez que eram amamentadas por mães cujo leite era rico em
ópio. Também os preparados à base de ópio eram dados às crianças, que
assim se mantinham felizes e dóceis (Fig. 5).

O ópio era visto como um medicamento, não como uma droga de
abuso, provavelmente porque a maioria dos médicos que se dedicavam
à sua investigação eram também dedicados consumidores, o que lhes
facultava a possibilidade de julgarem os efeitos do ópio de uma forma
mais colorida. Nesta onda de euforia pelo ópio, muitos escritores céle-
bres, tais como Samuel Taylor Coleridge (1772-1834), Thomas de Quin-
cey (1785-1859), Charles Baudelaire (1821-1867), William Blair e outros,
descrevem de forma elogiosa os seus efeitos estimulantes.




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