Page 46 Opióides
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Conclusão












O desiderato da utilização correcta dos opióides pressupõe a obtenção
de uma boa analgesia com efeitos adversos mínimos ou, se possível,
ausentes.

Usando estes critérios, apenas uma minoria de doentes tratados
com morfina (10 a 30%), não têm um controlo adequado da sua sinto-
matologia, devido a: efeitos adversos excessivos, analgesia inadequada
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ou combinação dos dois factores .
Para se obterem estes resultados é fundamental conhecer com al-
gum pormenor a farmacologia deste grupo de fármacos, bem como ter
experiência da sua aplicação na prática clínica.
Ainda hoje em dia, o controlo dos efeitos adversos excessivos cons-
titui um desafio clínico importante. Foram já descritas inúmeras abor-
dagens para enfrentar este problema. O desafio clínico de seleccionar
a «melhor opção» é enfatizado pela escassez de regras de universalida-
de indiscutível, uma vez que a interacção entre os opióides e a indivi-
dualidade, é extremamente variável e controversa.
Em relação aos efeitos secundários, e principalmente quando
abordamos doentes oncológicos, é fundamental distinguir entre efei-
tos adversos e complicações da doença oncológica, desidratação e/ou
interacções farmacológicas. Se, apesar de ter em consideração os
factores enunciados, os efeitos secundários persistirem, deve-se con-
siderar a possibilidade de tratamento sintomático destes efeitos, mu-
dar de opióide ou substituir a via de administração.

Apesar destas características, os opióides continuam a ser no início
do século XXI, os fármacos de eleição no tratamento da dor oncológica
grave, sendo o último garante de qualidade de vida para milhões de
seres humanos afectados pela doença oncológica e que diariamente
lutam e vivem mantendo firme a esperança de uma vida melhor.









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