Page 43 Opióides
P. 43



naloxona (30-90 minutos) implica uma vigilância estreita do paciente
de modo a evitar novas recaídas.
Muito mais frequente que a intoxicação aguda é a depressão respi-
ratória aguda, que se manifesta por um início progressivo de sonolência
e depressão respiratória que se estende durante horas ou dias. Perante
o diagnóstico, a terapêutica consiste na suspensão de uma ou duas
administrações até à resolução da sintomatologia. Posteriormente,
90
deve-se reduzir a dose de opióides em cerca de 25% .
Outros efeitos adversos

Os opióides ocasionalmente podem produzir outros efeitos secundá-
rios, tais como: disfunção sexual, retenção urinária, prurido, mioclonia,
91
secura da boca, convulsões, halucinações , obnubilação mental, e per-
92
turbações do sono .
O seu uso prolongado pode causar perturbações sexuais, quer no
homem quer na mulher (incapacidade de atingir ou manter a erecção,
no homem e a amenorreia e infertilidade, na mulher). Alguns destes
efeitos podem ser consequência de alterações verificadas na testoste-
rona sérica e em outras hormonas sexuais .
93
A retenção urinária aparece com alguma frequência especialmen-
te associada à administração de opióides espinhais 94,97 . Parece haver
um aumento do tónus do músculo liso, que condiciona um espasmo da
bexiga e um aumento do tónus do esfíncter que conduz à retenção
urinária. Esta situação é mais frequente no idoso . O tratamento destas
18
situações passa pela interrupção na administração de fármacos adju-
vantes que potenciam estes efeitos (ex.: antidepressivos tricíclicos),
alterar o opióide em uso e/ou modificar a via de administração.
O prurido pode ser localizado ou generalizado. Aparece mais fre-
quentemente após a administração dos opióides ser efectuada por via
subaracnoideia. Pode ser controlado terapeuticamente, administrando um
anti-histamínico (ex.: difenidramina) ou pequenas doses de naloxona.
Outro efeito adverso dependente da dose administrada é a mioclonia,
geralmente determinada por múltiplos factores para além do opióide.
É mais frequente o seu aparecimento após a administração prolongada
por via endovenosa de doses elevadas de meperidina. Neste caso, o prin-
cipal factor responsável é a acumulação de doses tóxicas se normeperi-
dina . Se é sintomática e incapacitante, o tratamento consiste na admi-
18
nistração de uma benzodiazepina (especificamente o clonazepam) .
98
A miose tem como etiologia a estimulação dos receptores µ e κ,
produzindo acção excitatória sobre o núcleo do nervo oculomotor.


40
   38   39   40   41   42   43   44   45   46   47   48