Page 16 Volume 11, Número 3, 2003
P. 16



Dor (2003) 11
pelo fenómeno de wind-up ou de sensibilização A tecnologia tornou possível que os fármacos
central na dor crónica (p. ex. as síndromes já existentes sejam administrados de forma não
dolorosas com alodinia e hiperalgesia). invasiva, como os pensos de libertação contro-
A ketamina pode ter um papel em doentes lada e contínua, ou as membranas de elastano,
cuidadosamente seleccionados com dor grave que permitem uma libertação fixa e com doses
intratável. Continua em estudo a definição clara pré-estabelecidas.
do seu papel na terapêutica da dor crónica Também, o aparecimento recente das “infu-
oncológica. soras” para analgesia controlada permitem ao
As doses recomendadas são 10 a 30 mg doente uma autonomia até antes nunca experi-
subcutânea, seguida de infusão contínua de mentada.
300 mg/dia com ajuste de 50 em 50 mg a um
máximo de 700 mg/dia. Bibliografia
Há evidência de que a ketamina reverte a 1. Smith HS. Novel Routes of Analgesic Administration. Drugs of Pain 289.
tolerância à morfina. 2. Säwe J, Dahlström B, Rane A. Steady state kinetics and analgesic
Na prática, ao aumentar de novo a sensibili- effect of oral morphine in cancer patients. Eur J Clin Pharmacology
1983;24:537-42.
dade à morfina é necessário reduzir a sua dose 3. Hanks GW, De Conno F, Cherny N, et al. Morphine and alternative
em cerca de 30 a 50% após terapêutica prévia opioids in cancer pain: the EAPC recommendations. British Journal
com a ketamina. of Cancer 2001;84(5):587-93.
4. World Health Organization Collaborating Centre for Policy & Com-
munications in Cancer Care; New WHO Opioid Guidelines Put into
Conclusão Action. Cancer Pain Release 2001;14(1):1-8.
5. Indelicato RA, Portenoy RK. Opioid Rotation in the Management
A introdução de novas vias de admnistração of Refractory Cancer Pain. Journal of Clinical Oncology
de velhos fármacos tornou possível a sua reabi- 2002;20(1):348-52.
litação no tratamento da dor crónica oncológica 6. Dale O, Hjortkjaer R, Kharasch ED. Nasal administration of opioids
for pain management in adults. Acta Anaesthesiology Scandinavi-
aproveitando a experiência clínica já adquirida. ca 2002;46:759-70.















































DOR

16
   11   12   13   14   15   16   17   18   19   20   21