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Dor (2014) 22
Dor (2014) 22
Informatização de uma Consulta


de Dor Crónica. Um Sistema de

Utilização Livre em Português



Paulo Roberto , Ana Lopes , Isabel Vilhena , Teresa Lapa , Lúcia Quadros
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e Sílvia Vaz Serra 3


Resumo
Introdução e objetivos: Nos últimos anos, o conhecimento da dor crónica em Portugal tem evoluído de uma
forma positiva e muito se tem conquistado, permitindo oferecer aos doentes com dor uma abordagem em
equipas especializadas, multidisciplinares e de forma gratuita.
Sabe-se que, para melhorar o controlo da dor em Portugal, além da política de saúde e existência de profis-
sionais de elevado nível, é essencial melhorar o registo e processamento de dados.
Há muito tempo que as diferentes unidades de dor em Portugal procuram uma plataforma de registo
adequada à realidade da dor crónica.
A informatização pode aumentar a qualidade; diminuir erros, riscos e custos; manter os dados claros; ajudar
na decisão clínica, e é uma valiosa ferramenta para a investigação.
Apesar das vantagens, é comum a manutenção de registos em papel e a adesão dos médicos à informática
é negativamente influenciada quando esta não corresponde às suas necessidades e expetativas. A despesa
da aquisição de sofware novo ou da modificação do existente é limitante na situação económica atual dos
hospitais.
Os autores pretenderam desenvolver uma aplicação informática especificamente concebida para unidades
de dor crónica.
Métodos: Este sistema foi integralmente criado por anestesiologistas sem custos para o hospital. Os autores
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utilizaram MSExcel e o seu editor de Visual Basic (VBE). É compatível com todos os computadores com
®
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MSExcel 97 a 2013.
Resultados e discussão: A aplicação está atualmente em utilização num hospital central e a versão atualizada
está disponível para download gratuito. O interface é acedido por nome e palavra passe. A página principal
inclui quatro separadores: 1: História clínica; 2: Diagrama corporal; 3: Exames e diagnósticos e 4:
Consulta e follow-up. Este último separador permite aceder à informação de consultas anteriores e tem nove
formulários com questionários frequentemente usados em dor crónica (p.ex. BPI, DN4, SF-36). A informação
é introduzida em caixas de texto e questões de escolha múltipla, os algoritmos usam-na para cálculo. Todos
os dados são categorizados e guardados numa base de dados eletrónica. Após o preenchimento dos dados,
pode ser impresso um relatório em papel, ou exportado um documento PDF para o ficheiro clínico digital.
Adicionalmente, pode ser impressa automaticamente uma folha com a prescrição e recomendações para o
doente. Os autores concluíram com a utilização que, ocasionalmente, era necessário texto não formatado.
Para isso definiram algoritmos que resumem o formulário em algumas frases com um clique e podem ser
depois coladas noutros programas.
Conclusão: Os programas desenvolvidos por médicos estão melhor adaptados às suas preferências como
utilizadores e a capacidade de atualizá-los gratuitamente e com facilidade aumentou a adesão à tecnologia.
Ao partilharem livremente esta ferramenta em http://www.anestesia.pt, os autores esperam contribuir para a
transformação global dos registos clínicos para formato digital.

Palavras-chave: Dor crónica. Programas de registo clínico. Gestão de dados.




1 Interno de Anestesiologia
2 Assistente Hospitalar de Anestesiologia
Assistente Hospitalar Graduado de Anestesiologia
DOR 3 Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
34 Coimbra
E-mail: pauloroberto.xpta@gmail.com
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