Page 16 Opióides
P. 16




























Figura 8.


ciosa do hábito de fumar ópio, vai marcar decisivamente a viragem
na utilização do ópio.
Inicia-se então a investigação no sentido de sintetizar um novo fár-
maco semelhante ao ópio e à morfina, mas sem os efeitos de dependên-
cia. É assim que o farmacêutico inglês C. R. Alder Wright (1844-1894)
produz a diacetilmorfina (heroína), que mais tarde é comercializada
pelo gigante farmacêutico alemão Bayer. Em 1914, a heroína é proi-
bida nos Estados Unidos da América.
Durante todo o séc. XX, o comércio ilícito de opióides sofreu incre-
mentos e reduções várias, que acompanharam as grandes revoluções
sociais e as guerras que, na maioria das vezes, se lhes associaram. No
entanto, no terminar deste século, o mercado do ópio tem vindo a
crescer sem qualquer aparente restrição. Nunca como nesta altura o
consumo de heroína atingiu valores tão elevados, o que conduziu ao
recrudescimento de algumas zonas de produção bem como ao apareci-
mento de novas zonas. A este facto não é alheio a recorrência na China
do padrão de consumo existente no século XVIII.
E assim, os opióides chegam aos nossos dias com todas as qualida-
des e defeitos que lhes conhecemos. São ainda hoje fármacos de refe-
rência na analgesia dos doentes, mantendo-se ainda algum mistério em
redor dos seus mecanismos de acção.

São sem dúvida dos fármacos mais exaustivamente estudados e que
mantêm socialmente alguma conotação negativa associada à dependên-
cia e ao consumo compulsivo de estupefacientes.


13
   11   12   13   14   15   16   17   18   19   20   21