Page 50 Manual de Interações medicamentosas no tratamento da dor crónica
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No tratamento combinado com AC e face ao risco de interações clínicas
farmacocinéticas de potencial gravidade é recomendada a monitorização
de concentrações séricas dos fármacos e titulação adequada.


As interações farmacodinâmicas dependem do sinergismo ou antagonis-
mo para alguns dos efeitos laterais, como por exemplo os efeitos sobre o
SNC na combinação com analgésicos ou com outros adjuvantes; dado não
envolverem farmacocinética não são passíveis de medição como ação no
neuroeixo, podendo somar-se ao mecanismo de interação farmacocinética.
(Johannessen S, 2010)



Antidepressivos

A prescrição de antidepressivos (AD) é registada não só no contexto de
tratamento da depressão mas também no tratamento da ansiedade, da dor
crónica e de distúrbios alimentares. Dado serem muitas vezes usados no
enquadramento da polimedicação, existe um potencial reconhecido de IM.
(Nieuwstraten C, 2006)


Muitos dos antidepressivos disponíveis são indutores/inibidores e/ou subs-
tratos do sistema CYP450, e têm por isso potencial de interação farmaco-
cinética. Tabela 2


Os ISRS são inibidores do CYP2D6 (fluoxetina e paroxetina), CYP1A2 (flu-
voxamina), CYP2C19 (fluoxetina e fluvoxamina) e CYP3A4 (fluvoxamina) e
interferem por isso nos fármacos analgésicos que utilizam esta via meta-
bólica, como por exemplo alguns ADT, a codeína e o tramadol. (Pergolizzi,
2011) (Wynn G, 2003)







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