Page 47 Manual de Interações medicamentosas no tratamento da dor crónica
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Anticonvulsivantes
Os anticonvulsivantes (AC) utilizados no tratamento da dor, sobretudo na
dor neuropática e na enxaqueca, fazem parte de um grupo farmacológico
em que o potencial de IM é reconhecido; os mais utilizados são a pregabali-
na, gabapentina, carbamazepina, oxcarbazepina, topiramato, lamotrigina e
o valproato de sódio. (Johannessen S, 2010)
Na indução, a formação de novas enzimas requer síntese proteica que po-
derá só ocorrer ao fim de alguns dias, resultando em aumento do meta-
bolismo, diminuição da concentração sérica do fármaco e do seu efeito
farmacológico (na ausência de metabolitos ativos). Esta IM é geralmente
reversível após retirada do indutor.
Já a inibição enzimática resulta da competição para o mesmo local da enzi-
ma ativa ou para outro local com inativação da enzima, resultando em dimi-
nuição do metabolismo; nos fármacos de semivida curta a potenciação do
efeito farmacológico será mais rápida do que nos fármacos com semividas
mais longas. (Johannessen S, 2010)
OS Citocromos mais importantes no metabolismo dos AC são o CYP1A2,
CYP2C9/10, CYP2C19 e CYP 3A3/4, sendo que já são conhecidos padrões
farmacogenéticos distintos para o CYP2C9/19 (metabolizadores fracos, in-
termédios, extensivos) e CYP2D6 (também utilizado pelos antidepressivos
e antipsicóticos) com consequente variabilidade no padrão metabólico.
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