Page 19 Volume 9, Número 4, 2001
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Dor (2001) 9: 18-19
Dor (2001) 9
Um Hospital na Comunidade




Helena Frango







Resumo
A autora descreve o projecto “Um Hospital na Comunidade”, os seus objectivos,
recursos e actividades e a sua interacção com os centros de saúde da área de
residência do doente.

Palavras chave
Hospital. Comunidade. Centros de saúde apoio. Domicílio. Dor.






A evolução do conhecimento científico, tecnológico Programação
e da ciência médica em geral, determinou mudanças Na fase inicial projectamos a visita domiciliária ape-
radicais na vida do ser humano. Estas mudanças per- nas para a área do Funchal, com uma tarde por sema-
mitiram melhores condições de vida, ofereceram novos na, realizada pela enfermeira ou pelo médico ou ainda
recursos em relação ao processo saúde/doença e con- pelos dois profissionais em conjunto, sempre que se
tribuíram para aumentar a esperança de vida. justificasse. Os utentes a visitar eram triados pela equi-
Mas, não basta prolongar a vida, mais do que isso, pa multidisciplinar nos dias que antecediam a visita, de
é fundamental que esta evolução promova a qualidade acordo com as necessidades dos utentes e a disponi-
da vida, por um lado, e por outro proporcione uma bilidade de recursos.
morte serena, quando a ciência já não consegue resol- Decorrido cerca de um ano do projecto, a procura
ver os problemas, na medida em que atingiu o limite aumentou de tal forma, que exigiu um aumento de
da sua intervenção. recursos materiais e humanos, observando-se neste
Enquadrado nestes princípios e na perspectiva de momento uma cobertura de toda a Ilha da Madeira,
responder e satisfazer uma necessidade sentida e ex- aguardando para uma fase posterior o apoio à Ilha do
pressa pelos utentes e familiares que frequentam a Uni- Porto Santo. A visita passou a realizar-se duas vezes
dade de Dor do Centro Hospitalar do Funchal, surge o por semana, à Terça-feira de manhã e à Quinta-feira de
projecto denominado “Um Hospital na Comunidade”, em tarde.
cooperação com os cuidados de saúde primários da
Região Autónoma da Madeira (RAM), em Junho de 2000.
O projecto de apoio domiciliário no trata- Recursos
mento da dor tem por objectivos: No que se refere a recursos humanos, a equipa de
• Fornecer apoio ao utente com dor e família no apoio ao domicílio é constituída por 1 enfermeira respon-
domicílio. sável e 1 associada, 2 anestesistas, 1 médica de medi-
• Diminuir a frequência e o tempo de internamento cina interna e pelo enfermeiro do centro de saúde res-
nos serviços. ponsável pelo utente, a nível dos cuidados de saúde
• Promover a articulação e continuidade de cuidados primários.
de saúde. Quanto aos recursos materiais, o CHF disponibi-
Para que pudéssemos atingir os objectivos, na medi- liza todo o material necessário à administração de tera-
da em que a procura era superior à oferta, na fase de pêutica e aos cuidados com a aplicação e manutenção
planeamento do projecto, elaboramos uma proposta de de cateteres e reservatórios terapêuticos. Fornece tam-
negociação que foi discutida e aceite, pelos Conselhos bém toda a terapêutica medicamentosa aos utentes de
de Administração do Centro Hospitalar do Funchal (CHF) forma gratuita.
e do Centro Regional de Saúde (CRS), o que conduziu O Centro Regional de Saúde disponibiliza a viatura
ao desenvolvimento do projecto em parceria com as para o transporte dos profissionais e a enfermeira
duas Direcções Regionais de Saúde. responsável pelo utente a nível do centro de saúde,
DOR acompanha o elemento da Unidade de Dor na visita
domiciliária, afim de dar continuidade aos cuidados de
18 Enfermeira Supervisora do Centro Hospitalar do Funchal saúde.
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