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H. Marques, et al.: Radiologia de Intervenção no Tratamento da Dor
























Figura 8. Imagem pós-vertebroplastia, visualizando-se o
«cimento» (Gangi ).
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Figura 7. Imagens de uma discografia L5-S1 (Gangi ).
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broplastia. Iniciada em 1985 por Gallibert e De-
injecta contraste e se efectuam testes de esti- ramond, consiste na injecção de um «cimento»
mulação álgica pela pressão. (poli-metil-metacrilato) no osso, consolidando-o.
Uma vez definido qual ou quais os discos res- A pouca cruência envolvida e os resultados mais
ponsáveis pela dor, pode-se avançar para a te- do que satisfatórios têm alargado a sua utilização,
rapêutica percutânea (nucleotomia), que pelos nomeadamente no angioma vertebral sintomático,
seus resultados constitui alternativa crescente à nos tumores ósseos (metástases e mieloma) com
cirurgia. risco de fractura patológica e na osteoporose do-
Existem várias técnicas de nucleotomia (qui- lorosa com risco, ou já com fractura.
mionucleólise, a ablação percutânea por corte Os resultados não se explicam só pela conso-
e aspiração, nucleoplastia, anuloplastia e a nu- lidação óssea, pensando-se que o efeito citotó-
cleotomia por RF ou laser), que partilham um xico (térmico e químico) do cimento contribui
objectivo comum: a redução do volume e, so- para a analgesia.
bretudo, da pressão intradiscal, sem lesar as Existe ainda outra técnica para consolidar afun-
estruturas nervosas adjacentes. damentos do corpo vertebral dolorosos: a cifo-
O método é semelhante ao da discografia. plastia. Com uma técnica semelhante à da verte-
Está indicado nas herniações contidas, que broplastia, utiliza em vez de cimento um balão
sejam sintomáticas e sem resposta adequada a intra-ósseo que preenche o corpo vertebral.
6 semanas de tratamento conservativo.
São inúmeras as vantagens em relação ao Fotocoagulação laser do osteoma osteóide
tratamento cirúrgico, nomeadamente: O osteoma osteóide pode provocar queixas
– Ausência de lesão significativa das partes álgicas importantes. Existe um método percutâ-
moles. neo, minimamente invasivo, para destruição do
– Sem risco de fibrose, uma das causas para nidus, utilizando laser, que tem inúmeras vanta-
a ineficácia do controlo álgico pós-cirurgia. gens sobre a cirurgia:
– Efectuado em ambulatório e utilizando so- – Não enfraquece as estruturas ósseas, não
mente anestesia local. havendo necessidade de imobilização ou
– Tempo de recuperação muito menor do que limitação da actividade.
o cirúrgico. – Aplicável em articulações.
– Custos reduzidos (20% dos cirúrgicos). – Procedimento efectuado em ambulatório.
– Complicações raras. – Sem necessidade de ressecção óssea que,
– Resultados equivalentes – sucesso entre pela dificuldade de objectivar/localizar o os-
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60-80% (Gangi, et al. ). teoma durante o acto cirúrgico, pode ser
• 170 doentes. extensa.
• Seguimento médio de 19 meses. A taxa de sucesso ronda os 90-100%.
• 76% sucesso.
Neuroestimulação
Osteoplastia (Fig. 8) Existem diversos tipos de neuroestimulação: a
Das técnicas de osteoplastia, aquela que sem transcutânea, a de nervos periféricos, a da es- DOR
dúvida é a mais conhecida e aplicada é a verte- pinal medula e a do cérebro. 39
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