Page 40 Volume 16 - N.3 - 2008
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S. Moutinho: Apoio no Luto em Cuidados Paliativos
da criança, sem barreiras, criando um clima «Tornarmo-nos mais atentos ao nosso pro-
de normalidade e auto-ajuda. cesso mental, escutar mais atentamente, tor-
– Intervenção familiar, tem por objectivo uma narmo-nos flexíveis, reconhecermos os julga-
abordagem nas relações familiares, abrin- mentos e exercer a prática com princípios e
do os canais de comunicação entre pais e compaixão, envolve uma curiosidade infinita
filhos de forma a favorecer a expressão sobre o desconhecido e sobre o sofrimento do
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emocional. outro e nosso» .
– Intervenção no meio escolar, ou seja, uma
intervenção directa com as crianças, dos Bibliografia
psicólogos escolares, no sentido de lhes
dar informação sobre a morte e o luto e uma 1. Arranz P, Barbero J, Barreto P, Bayés P. Intervención emocional en
cuidados paliativos. Modelo y protocolos. Barcelona: Ariel Ciencias
intervenção orientada para a formação dos Médicas; 2005.
educadores/professores sobre as reacções 2. Barbosa A, Galriça Neto I, eds. Manual de Cuidados Paliativos.
Lisboa; 2006.
das crianças nas diversas etapas do desen- 3. Bowlby J. Apego e perda – vol. III: Perda – tristeza e depressão.
volvimento. São Paulo: Martins Fontes; 1998.
– Intervenção psicoeducativa, que tem por ob- 4. Die Trill M, Imedio E. Aspectos Psicológicos en Cuidados Paliativos:
jectivo: preparar e «educar» as famílias para La comunicación com el enfermo y familia. ADES, Aula de Estúdios
Sanitários. Madrid: ADES Ediciones; 2000.
os processos de luto que os filhos estão a 5. Doka K, ed. Living with grieve: children, adolescents, and loss.
vivenciar, e estimular as competências de Washington, D.C.: Hospice Foundation of America; 2000.
comunicação e de expressão emocional. 6. Epstein G. Abordagem emocional existencial nos profissionais que
– Counselling: tem por objectivo trabalhar a apoiam doentes em fim de vida [pósgraduação em Cuidados Pali-
ativos]. Universidade Católica Portuguesa, Porto.
comunicação assertiva e o autocontrolo, 7. Golse B, coord. O desenvolvimento afectivo e intelectual da criança.
permitindo um melhor processo de adapta- Lisboa: Climepsi Editores; 2005.
ção à nova realidade, assim como um su- 8. Grollman E. Talking about death: A dialogue between parent and
child. Boston: Beacon Press; 1991.
porte que facilite a expressão emocional. 9. Kübler-Ross E. Los niños y la muerte. Barcelona: Ediciones Luciér-
naga; 1992.
Considerações finais 10. Mallon B. Ajudar as crianças a ultrapassar as perdas: estratégias
de renovação e crescimento. Porto: Ambar; 1998.
Como refere Neimeyer R.A., a morte e todas 11. NCCN (National Comprehensive Cancer Network). Clinical Prac-
as perdas significativas rompem com a continui- tice Guidelines in Oncology. Palliative Care V.I. 2007[Internet].
[Acesso em 20/11/2008]. Disponível em: http://www.nccn.org
dade das nossas vidas; nesse sentido, o proces- 12. Rando T. Grief, Dying, and Death. Clinical Interventions for caregiv-
so de luto pode entender-se como uma tentativa ers. EUA: Research Press Company; 1984.
de restabelecer essa dita continuidade. 13. Silverman P. Never too young to know: death in children’s lives. Nova
Iorque: Oxford University Press; 2000.
Com o objectivo de ajudar a família neste pro- 14. Stroebe W, Stroebe M. Bereavement and Health. Cambridge: Cam-
cesso de mudança, os cuidados paliativos ofere- bridge University Press; 1987.
cem auxílio às pessoas enlutadas no processo de 15. The Cancer Council. When a parent has cancer: how to talk to your
kids. A guide for parents with cancer, their families and friends.
luto sem que estas tenham de o procurar, e isto [Acesso em 20/11/2008]. Disponível em: http://www.cancercouncil.
acontece porque a atenção à família é um dos com.au
princípios fundamentais dos cuidados paliativos 16. Twycross R. Cuidados Paliativos. Lisboa: Climepsi Editores; 2003.
e não termina aquando da morte do doente. De 17. Vendruscolo J. Minha mãe está doente. Quando uma criança se
torna cuidador. Em: Santos M, Simões C, Silva L, eds. Formação
facto, o apoio aos familiares (adultos e crianças) em Psicologia. São Paulo: Vetor; 2005.
ao longo do processo de luto deve ser oferecido 18. Worden JW. Terapia do luto: Um manual para o profissional de
e normalizado e os factores de risco de luto com- saúde mental. Porto Alegre: Artes Médicas; 1998.
plicado identificados e tratados. No entanto, é
importante que este apoio psicoterapêutico de sites informativos
facilitação do processo de luto seja prestado por http://www.kidscope.org
profissionais da área da saúde mental (psicólo- http://www.americancancersociety.org
gos, psiquiatra) habilitados e treinados de modo http://www.apelo.web.pt
http://www.anossaancora.org
a garantir a qualidade do apoio prestado. http://www.cancercouncil.com.au














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