Page 30 Dor Neuropática
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A gravidade e complicações aumentam com a idade, e dependem da
imunidade criada pelo vírus da varicela. Esta imunidade poderá ser altera-
da pela vacinação e/ou pela imunoglobulina específica do herpes zoster.
O diagnóstico é claro: o doente refere uma dor radicular unilateral
espinhal cervical, dorsal (50% dos casos) ou lombo-sagrada; raramente
é bilateral.
Figura 11. Herpes Zoster dorsal.
Concomitantemente ou horas após a dor, surge uma erupção cutâ-
nea no dermatoma afectado que persiste por duas ou quatro semanas.
Os pares cranianos também podem ser afectados, sendo o mais frequen-
te o V par (trigémio).
Nos casos em que não aparece a erupção cutânea, o exame serológi-
co pode-nos dar o diagnóstico. As complicações mais frequentes no
herpes zoster são as cutâneas (infecções bacterianas), viscerais (hepati-
te, pericardite, cistite, pancreatite) e as neurológicas (nevralgia pós-her-
pética é a mais frequente), meningo-encefalites, mielite transversa, para-
lisia dos nervos periféricos e pares cranianos e complicações oculares.
Estudos recentes sugerem que a extensão da infecção no herpes
zoster ao sistema nervoso central é comum, só que em geral subclínica.
Em 46 doentes, 61% revelaram alterações no líquido cefalo-raquidiano
sugestivo de infecção pelo vírus do herpes zoster (Haanaa, et al., 1998),
e noutro estudo com 40 doentes 53% revelaram alterações electromio-
gráficas, na maioria bilaterais, indicando transmissão do vírus através
da espinhal medula (Haanaa, et al., 1997). Num subgrupo de 16 doentes
com herpes zoster craniano e cervical, 9 doentes apresentavam alte-
rações na ressonância magnética nuclear.
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