Page 22 Opióides
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Caracterização de alguns opióides
Todos os opióides são absorvidos na mucosa gastrointestinal, mucosa
nasal e pulmão, por via transdérmica, subcutânea, intramuscular, intra-
venosa e espinhal. A concentração nos tecidos depende do seu grau de
perfusão, sendo máxima no fígado, rim, pulmão e cérebro. Passam de
uma forma limitada a barreira hemato-encefálica dependendo para tal
da sua lipossolubilidade. É este coeficiente de solubilidade lipídica, que
está directamente relacionado com o tempo decorrido entre a adminis-
tração do fármaco e o efeito clínico (ex.: quando se administra morfina
por via endovenosa, o pico de efeito analgésico é observado 15 a 30 min.
após a administração, enquanto o pico de efeito analgésico do fentanil
é de aproximadamente 5 a 6 min.; esta discrepância reflecte a dificul-
dade que a morfina apresenta para atravessar a barreira hemato-ence-
fálica. Atravessam a barreira placentária alcançando a circulação fetal.
São genericamente metabolizados no fígado por glucoronidação. São
excretados por via renal. Cerca de 7 a 10% são excretados nas fezes.
A farmacodinâmica dos opióides é marcada pelo facto de ser diferente
em cada indivíduo a concentração plasmática e no sistema nervoso
central, para igual dose administrada. Este facto reflecte-se no diferen-
te efeito analgésico produzido em cada paciente, ou seja, é variável
em cada doente a «concentração analgésica mínima eficaz» (CAME)
(Fig. 9). Assim, enquanto não se alcança a concentração plasmática
ideal para um doente, a variação da intensidade da dor é mínima. Pelo
contrário, depois de alcançar o CAME, pequenas variações na concen-
tração plasmática do opióide, ocasionam modificações significativas
Complicações
Corredor analgésico
Dor Conc. Analg. Mínima Eficaz
(CAME)
Analgésico
Figura 9.
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