Page 11 Volume 13 - N.1 - 2005
P. 11
Dor (2005) 13
Tabela 2. Cefaleias: estudos epidemiológicos fora da Europa
Autor País Ano Popul Tipo Períod Idade Enxaq Tensão Outra Total M/F
Grimes UK 1931 15000 todas 8.0
Balyeat USA 1932 202 adultos* 5.0 7/13.5
Balyeat USA 1933 2728 adultos 7.9
Fitz-Hugh USA 1940 4000 CG adultos 16.0 2.0/26.0
Lennox USA 1941 1000 ES ? 5.4 22.0
Weider USA 1944 1000 18/29 8.7
Ogden USA 1952 4634 CG todas 1.2/2.8 65.0
Lennox USA 1960 1000 ? 22.0
Selby AUS 1960 500 ? 6.3
Bain CAN 1967 4800 ? 7.0
Martin USA 1969 567 adultos* 35.0
Wassertheil USA 1973 ? ? 6.0
Froom USA 1974 ? todas 1.0
Com. Rep. USA 1974 ? todas 8.1
Ziegler USA 1975 806 gémeos
Ziegler USA 1977 1809 > 15 42/34 83.0/84.0
Markush USA 1975 451 15-44 /24
Andrasik USA 1979 1161 ES ? 58.6
Korczyn ISR 1980 880 < 20 19.0 7.0/28.0
Abramson ISR 1980 ? 15-19 10.1 5.1/14.5
Schnarckh USA 1980 1203 adultos* 7.3/11.0
Schnarckh USA 1980 3909 ES ? 3.0
Osuntokun NIG 1982 903 todas* 5.0/9.0
Levy ZIN 1983 5028 todas
Ogunyemi NIG 1984 1256 ?* 3.4/5.8
Linet USA 1989 10169 12-29 3/7 1.0/95.0
Breslau USA 1991 1007 21-30 7/16
Merikang USA 1991 12200 25-74* 3.6/12.8
Stewart USA 1992 20468 PG 12-80* 5.7/17.6
Stang USA 1993 11692 9 M todas* 2.3/ 5.8
AN: prevalência anual; CG: clinica geral; Enxaq.: enxaqueca; ES: estudantes; M: prevalência mensal; M/F: masculino-feminino;
PG: população geral; TENS: cefaleia de tensão; TV: prevalência em toda a vida.
*Só enxaqueca.
Cefaleia em salvas mente existentes, nomeadamente, a classifica-
São consideravelmente menos frequentes ção e os critérios de diagnóstico da Sociedade
que a enxaqueca. Em 1972, Sutherland e Ea- Internacional de Cefaleias e os actuais méto-
die encontraram 4,5 casos por 100.000 habi- dos de colheita de dados, de registo e análise
tantes (0,045/1.000) e Heyck, em 1976, esti- estatistica tem-se verificado que este tipo de
mou a prevalência de cefaleias em salva em cefaleias tem uma distribuição geográfica e
cerca de 0,4/1.000. Sjaastad admite ser este etnica relativamente homogénea sendo pouco
o valor mais aproximado da realidade, que influenciadas pelos factores socio-demográfi-
conhece na Noruega 36-38 . Kudrow em 1980 es- cos que, no entanto, podem ser importantes
timou a prevalência de cefaleias em salva nos no desencadear das crises dolorosas. Esta
E.U.A. em 4/1.000 homens e 0,8/1.000 mulhe- homogeneidade parece favorecer a origem
39
res na população geral . No estudo popula- genética deste tipo de afecções.
cional em Portugal encontramos uma prevalên-
cia de 0,5/1.000 5,40 . Bibliografia
1. Friedman AP, von Storch TJC, Merritt HH, Migraine and tension
Sintese headaches: a clinical study of two thousand cases. Neurology 1954;
4:773-738.
Do exposto conclui-se que as cefaleias primá- 2. Fry J. Profiles of disease. Edimburgo: Livingstone; 1966.
rias ou idiopáticas têm uma elevada prevalência 3. Wadsworth MEJ, Butterfield WIH, Blaney R. Health and sickness.
ao longo da vida, iniciam-se geralmente no ado- The choice of treatment. Perception of illness and use of services in
an urban community. Londres: Tavistock; 1971.
lescente ou adulto ainda jovem, ocorrem em epi- 4. Ziegler DK, Hassanein RS, Couch JR. Characteristics of life
sódios por vezes bastante frequentes e sobretu- headache histories in a nonclinic population. Neurology 1977;27:
DOR do no sexo feminino perturbando as actividades 5. Pereira Monteiro JM. Cefaleias: estudo epidemiológico e clínico de
265-9.
da vida diária e a qualidade de vida. Com os
10 instrumentos de análise epidemiológica actual- uma população urbana. Dissertação de Doutoramento, ICBAS – Uni-
versidade do Porto 1995;27-36.