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D. Correia: Douleurs Sans Frontières





















Figura 7. Unidade de Dor do Hospital Central de Maputo.






A existência de uma consulta da dor permite
reproduzir, com maior facilidade, a experiência
de Gaza sobre a integração do tratamento da
dor nos cuidados domiciliários. Permitirá adop-
tar uma abordagem global nos doentes que
vivem com o VIH/SIDA e outras doenças cróni-
cas, promovendo uma qualidade real de cui-
dados. Figura 8. Avaliação da dor.

Controlo da dor e cuidados domiciliários
O trabalho efectuado em 2010 para sensibili-
zar as autoridades sanitárias a integrar o trata-
mento da dor e dos cuidados paliativos nas es- para as autoridades sanitárias, uma formação dos
tratégias nacionais de saúde foi positivo, com a ACD (os «curandeiros» da Associação dos Médi-
integração da DSF no grupo de trabalho do Mi- cos Tradicionais de Moçambique [AMETRAMO]
nistério da Saúde sobre os cuidados domiciliá- estão incluídos), providas de acompanhamento
rios. A sua participação traduziu-se na criação regular e sessões periódicas de reciclagem/
do grupo de trabalho sobre os cuidados paliati- aperfeiçoamento dos conhecimentos (Fig. 8).
vos. O alívio da dor e os cuidados paliativos Será necessário assegurar um acompanha-
foram integrados no documento oficial de estra- mento técnico de proximidade para avaliar as
tégia nacional de saúde, tendo a Direcção Na- diferentes formações e as práticas dos profissio-
cional de Assistência Médica (DNAM) definido nais de saúde.
os cuidados paliativos como uma entre as três É fundamental optimizar a utilização dos re-
prioridades para os cuidados domiciliários (com cursos externos (consultores de saúde da sede).
a educação alimentar e o cumprimento dos tra- Para as formações e o acompanhamento das
tamentos). actividades, é necessário reforçar o trabalho
Foi considerado prioritário pela DSF imple- com os recursos locais existentes potenciando
mentar uma rede de cuidados de «dor e cuida- o binómio médico/enfermeiro. As autoridades
dos paliativos», reforçando a ligação e interac- sanitárias e sociais, ao nível do distrito e provin-
ção entre CD/APS/cuidados paliativos e a rede cial, devem estar mais implicadas nas diferentes
de cuidados. Na implementação desse projecto actividades.
foram propostos vários eixos de intervenção. Ao
nível das formações para os ACD, estas deve- Formação no domínio do alívio da dor
rão ser uniformizadas e integradas. É necessá- Na área das formações sobre o controlo da
rio reforçar a formação dos enfermeiros porque dor e os cuidados paliativos para profissionais
estes constituem o núcleo central do dispositivo de saúde, distinguiram-se diferentes níveis:
CD/dor. – Nível 1: formação básica e de introdução.
– Nível 2: aperfeiçoamento, incluído a forma-
Formações sobre o tratamento da dor ção dos formadores. DOR
Será adoptada uma formação em três níveis para – Nível 3: ensino superior, pela implementa-
os profissionais de saúde, uma de sensibilização ção de um DU ou de um módulo integrado 37
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