Page 28 Volume 20 - N1 - 2012
P. 28



Dor (2012) 20

Analgesia Pós-Parto Vaginal.


O que Fazer?


Ana Cunha , Ana Almeida , Liliana Almeida , Alexandra Cruz , © Permanyer Portugal 2012
1
1
1
1
Celeste Costa e Isabel Vilhena 3
2


Resumo
Objetivos: Neste trabalho, comparamos o uso de morfina por via epidural com os analgésicos minor,
pós-parto vaginal, quanto ao grau de satisfação, efeitos adversos, analgesia e necessidade de analgesia de
resgate.
Metodologias: Foi efetuado um estudo prospetivo de 49 grávidas submetidas a parto por via vaginal, tendo
todas efetuado o mesmo protocolo de analgesia epidural.
Depois do parto, um grupo de 30 puérperas foi submetida ao protocolo A: administração de morfina 2 mg
via epidural 2 e 12 horas depois do parto; a terapêutica de resgate foi efetuada com paracetamol.
Ao outro grupo de 19 puérperas foi prescrito o protocolo B: paracetamol 1 g 8 em 8 horas e ibuprofeno 600 mg
de 12 em 12 horas; a terapêutica de resgate foi efetuada com tramadol.
Os critérios de inclusão no estudo foram grávidas ASA I e II. Excluíram-se grávidas com antecedentes de
consumo de drogas.
Resultados: Sem diferenças sociodemográficas estatisticamente significativas em ambos os grupos, com
exceção, de um número maior de primíparas no grupo A (83,3 vs 26,3%, p < 0,05). No grupo A também foram
efetuados mais partos distócicos (66,7 vs 22%, p < 0,05) e episiotomias (96,7 vs 68,4%, p < 0,05).
Praticamente a totalidade das parturientes da amostra estava muito satisfeita/satisfeita com o protocolo de
analgesia efetuado (98%), (satisfeita: A 36,7%, B 47,4%; muito satisfeita: A 60%, B 52,6%; p > 0,05).
Sem diferenças estatisticamente significativas, no que diz respeito, à analgesia de resgate e efeitos adversos.
O grupo A apresentou um valor médio de escala visual analógica (VAS) menor (2,7 ± 0,5, B 4,7 ± 1,3, p < 0,05).
Discussão e conclusões: O protocolo A esteve associado a um valor médio da VAS menor. A amostra não era
estatisticamente similar no que concerne ao tipo de parto, o que constitui, este facto, um viés do estudo.

Palavras-chave: Analgesia. Parto vaginal. Epidural. Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação.


Abstract
Objectives: In this work, we compared the use of epidural morphine with minor analgesics following vaginal
delivery, according to the degree of satisfaction, side effects, analgesia and rescue analgesia.
Methods: A prospective study of 49 pregnant women undergoing vaginal delivery was carried out. After obtaining
informed consent, all made the same epidural analgesic protocol. After delivery, a group of 30 postpartum
women received protocol A: 2 mg of epidural morphine, 2 and 12 h postpartum. Rescue analgesia was made
with oral acetaminophen. The other group of 19 puerperas was prescribed protocol B: oral acetominophen 1 g,
every 8 h, and ibuprofen, 600 mg, every 12 h. Rescue analgesia was performed with tramadol. The inclusion
criteria were ASA I and II pregnants. Women with narcotic addiction past were excluded.
Results: No socio-demographic differences between groups were noted, except for a higher number of prim-
iparous in the group A (83.3 vs. 26.3%; p < 0.05). Group A had also more dystocic deliveries (A 66.7 vs. B 22%;
p < 0.05) and episiotomies (A 96.7 vs. B 68.4%; p < 0.05).
Nearly all mothers were very satisfied/satisfied with the analgesia protocol performed (98%) (satisfied: A 36.7%,
B 47.4%; very satisfied: A 60%, B 52.6%; p > 0.05).




1 Interna Complementar de Anestesiologia
2 Médica Anestesiologista
3 Assistente Graduada de Anestesiologia
Setor de Anestesiologia da Maternidade Bissaya Barreto.
Serviço de Anestesiologia do Centro Hospitalar DOR
de Coimbra, EPE
E-mail: anacfcunha@gmail.com 27
   23   24   25   26   27   28   29   30   31   32   33