Page 13
P. 13



Dor (2014) 22
e causarem grande desconforto. Neste contexto, Bibliografia
poder-se-ão levantar algumas questões: o doente 1. IASP Taxonomy. Última atualização em 22 de maio de 2012. [Ace-
poderá ter DN e não a encarar como tal por não dido em 19 de setembro de 2013]. Disponível em http://www.iasp-
a reconhecer como dor? Será lícito abordar e pain.org/Content/NavigationMenu/GeneralResourceLinks/PainDefi-
nitions/default.htmm.
tratar estes doentes como tendo DN? Estas 2. Cruccu G, Anand P, Attal N, et al. EFNS guidelines on neuropathic
questões são ainda mais relevantes quando os pain assessment. Eur J Neurol. 2004;11(3):153-62.
estudos mostram que o impacto da DN na qua- 3. Bennett MI, Attal N, Backonja MM, et al. Using screening tools to
identify neuropathic pain. Pain. 2007 Feb;127(3):199-203.
lidade de vida depende da natureza da própria 4. Calmels P, Mick G, Perrouin-Verbe B, Ventura M; SOFMER (French
dor e de sintomas neuropáticos, independente- Society for Physical Medicine and Rehabilitation). Neuropathic pain
mente da sua intensidade e duração , ao con- in spinal cord injury: identification, classification, evaluation. Ann
8
trário do que acontece na dor nociceptiva. É por Phys Rehabil Med. 2009 Mar;52(2):83-102.
isso importante estarmos atentos e cientes dos 5. Bouhassira D, Attal N, Alchaar H, et al. Comparison of pain syn-
dromes associated with nervous or somatic lesions and develop-
descritivos de DN e ter um alto índice de sus- ment of a new neuropathic pain diagnostic questionnaire (DN4).
peição perante este tipo de população, de modo Pain. 2005;114(1-2):29-36.
a tratar estes doentes de forma correta e atem- 6. Azevedo LF, Pereira AC, Dias C, et al. Tradução, adaptação cul-
tural e estudo multicêntrico de validação de instrumentos para ras-
pada. treio e avaliação do impacto da dor crónica. Dor. 2007;15(4):6-56.
O DN4 mostrou ser uma ferramenta útil no 7. Bouhassira D, Lantéri-Minet M, Attal N, Laurent B, Touboul C. Prev-
diagnóstico da DN, com a principal vantagem alence of chronic pain with neuropathic characteristics in the gen-
eral population. Pain. 2008;136:380-7.
de ser fácil e rápido de aplicar, não exigindo 8. Attal N, Lanteri-Minet M, Laurent B, Fermanian J, Bouhassira D. The
grandes recursos. No entanto, constatou-se que specific disease burden of neuropathic pain: results of a French
por vezes os doentes tinham alguma dificuldade nationwide survey. Pain. 2011 Dec;152(12):2836-43.
em compreender os descritivos, mostrando al- 9. Torrance N, Ferguson JA, Afolabi E, et al. Neuropathic pain in the
community: more under-treated than refractory? Pain. 2013
guma estranheza relativamente a alguns deles. May;154(5):690-9.
A este facto poderão ser atribuídas eventuais 10. Sadler A, Wilson J, Colvin L. Acute and chronic neuropathic pain in
responsabilidades culturais, sem esquecer a po- the hospital setting: use of screening tools. Clin J Pain. 2013
Jun;29(6):507-11.
pulação escolhida, com eventuais repercussões 11. New PW, Lim TC, Hill ST, Brown DJ. A survey of pain during rehabilita-
cognitivas, no caso da patologia cerebral/AVC. tion after acute spinal cord injury. Spinal Cord. 1997 Oct;35(10):658-63.
A grande desvantagem na ótica dos autores do 12. Lecomte F, Gault N, Koné V, et al. Prevalence of neuropathic pain
in emergency patients: an observational study. Am J Emerg Med.
presente estudo relativamente a este método de 2011 Jan;29(1):43-9.
diagnóstico de DN é mesmo o facto de ser bas- 13. Defrin R, Ohry A, Blumen N, Urca G. Characterization of chronic
tante difícil, se não impossível, diagnosticar este pain and somatosensory function in spinal cord injury subjects. Pain.
2001 Jan;89(2-3):253-63.
tipo de dor em doentes com afasia ou alterações 14. Werhagen L, Hultling C, Molander C. The prevalence of neuro-
cognitivas que impeçam a participação no ques- pathic pain after non-traumatic spinal cord lesion. Spinal Cord. 2007
tionário. Este ponto é muito importante já que, Sep;45(9):609-15.
segundo a definição da IASP, a incapacidade 15. Werhagen L, Budh CN, Hultling C, Molander C. Neuropathic pain
after traumatic spinal cord injury--relations to gender, spinal level,
para comunicar verbalmente não nega a possi- completeness, and age at the time of injury. Spinal Cord. 2004
bilidade de que um indivíduo esteja a experien- Dec;42(12):665-73.
ciar dor e, como tal, a necessitar de tratamento 16. O’Donnell MJ, Diener HC, Sacco RL, Panju AA, Vinisko R, Yusuf S;
PRoFESS Investigators. Chronic pain syndromes after ischemic
analgésico apropriado. stroke: PRoFESS trial. Stroke. 2013 May;44(5):1238-43.
Parece assim ser importante desenvolver fer- 17. Hansen AP, Marcussen NS, Klit H, Andersen G, Finnerup NB, Jensen
ramentas mais específicas no diagnóstico de TS. Pain following stroke: a prospective study. Eur J Pain. 2012
Sep;16(8):1128-36.
DN neste tipo de população, papel que pode- 18. Klit H, Finnerup NB, Andersen G, Jensen TS. Central poststroke
rá e deverá ser desenvolvido pelos médicos pain: a population-based study. Pain. 2011 Apr;152(4):818-24.
fisiatras, dada o contacto próximo que têm com 19. Ji G, Neugebauer V. Hemispheric lateralization of pain processing
by amygdala neurons. J Neurophysiol. 2009 Oct;102(4):2253-64.
estes pacientes. O facto de se poder seguir a 20. Gonçalves L, Dickenson AH. Asymmetric time-dependent activation
evolução da dor numa perspetiva temporal é of right central amygdala neurones in rats with peripheral neuropathy
particularmente importante, sendo a valência de and pregabalin modulation. Eur J Neurosci. 2012 Nov;36(9):3204-13.
internamento em MFR uma mais-valia não displi- 21. Hallström H, Norrbrink C. Screening tools for neuropathic pain: can
they be of use in individuals with spinal cord injury? Pain. 2011
cente neste contexto. Apr;152(4):772-9.














DOR

12
   8   9   10   11   12   13   14   15   16   17   18