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um acidente vascular cerebral, sinusite esfenoidal, tumor cerebral, podem ser
diagnosticadas com recurso a esta técnica. Em regra está indicada na avaliação
da primeira ou mais forte cefaleia, na cefaleia de início tardio, numa mudança
de frequência, características e intensidade da cefaleia, na presença de sinais,
sintomas ou outras alterações neurológicas ou somáticas e nas cefaleias resis-
tentes ao tratamento adequado.
A ressonância magnética tem as mesmas indicações do anterior exame mas
mais indicado no estudo de lesões cerebrais ou da coluna cervical não facil-
mente identificáveis com o TC, como no estudo da hipófise, na avaliação de
lesões desmielinizantes, trombose venosa cerebral ou em lesões vasculares
mínimas. Pode ser útil em idosos cujas cefaleias constituem um sinal que
precede organicidade cerebral de tipo vascular ou degenerativa.
A punção lombar (PL) está indicada na suspeita de alteração da pressão
do líquido cefalorraquidiano, no estudo de suspeita de infecção, de hemor-
ragia, inflamação do sistema nervoso central, além de possibilitar outras
análises do líquido cefalorraquidiano. As cefaleias posturais que podem ser
causadas por hipotensão intracraniana têm indicação para PL. Na presença
de rigidez da nuca e febre é mandatória a execução de PL. Na presença de
uma cefaleia com início súbito e abrupto em que se suspeita de uma hemor-
ragia intracraniana pode estar indicada a PL. A punção lombar não deve ser
executada sem primeiro se excluir a presença de uma lesão intracraniana que
ocupe espaço, pois pode colocar sérios riscos.
A electroencefalografia pode ser útil quando a cefaleia está associada a al-
terações temporárias do nível da consciência associadas a cefaleia ou nos inter-
valos livres de cefaleia, ou suspeita de actividade epileptiforme num doente com
cefaleias. O mesmo se aplica ao controlo de doença epiléptica e efeito de inte-
racções medicamentosas ou fármacos que baixam o limiar convulsivante.
O electrocardiograma é necessário para avaliar no caso de situações de
perdas de conhecimento, suspeita de arritmias, doença isquémica do miocár-
dio que podem coexistir com as cefaleias e também para o estudo prévio do
uso de medicação como β-bloqueadores, triptanos, ergotamina, bloqueadores
dos canais de cálcio, antidepressivos entre outros.
As radiografias do crânio e da coluna cervical ou até da coluna vertebral
não cervical podem ser importantes para verificar alterações a nível de frac-
turas em caso de traumatismos agudos, ou de sinusite, de disfunção da articu-
lação temporomandibular, nas alterações da charneira atlanto-occipital, no
caso de discopatia cervical, nas alterações da lordose cervical e na suspeita
de escoliose da coluna vertebral que condicionam alterações da postura do
tronco e da cabeça e sobrecargas musculares de compensação.
A arteriografia não é um exame usualmente pedido, exceptuando em situ-
ações neurológicas de forte suspeita de alterações vasculares como no caso
de aneurisma. Nestas condições o doente deve ser referido de imediato para
observação e estudo neurológico.
O eco-Doppler transcraniano, vertebral, carotídeo, não é um exame de
rotina na avaliação de cefaleias excepto se houver sintomatologia como
vertigens, alterações transitórias da consciência, ou forte suspeita de pato-
logia vascular concomitante, por exemplo, em cefaleias na meia-idade ou
mais velhos.
A presença de sinais ou sintomas pode orientar o pedido de potenciais
evocados como, por exemplo, no caso de alterações da visão mais persistentes
ou frequentes.


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