Page 27 Manual de Interações medicamentosas no tratamento da dor crónica
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A consulta de tabelas com os principais substratos, indutores e inibidores
dos citocromos, serve como guia para a identificação de potenciais IM.
Tabela 2


As reações de conjugação (fase II) resultam habitualmente num composto
inativo, hidrossolúvel, apto a ser excretado pelo rim. Uma importante exce-
ção é a morfina que é conjugada pela UDP- glucuronosiltransferase-2B7
(UGT2b7) num composto, a morfina-6-glucuronido, que mantém atividade
analgésica. Esta enzima é também a principal via metabólica da hidromor-
fona e oximorfona. (Overholser & Foster, 2011)


Vários fatores influenciam o significado clínico das IM, encontrando-se os
principais listados na Tabela 3.


Tabela 3 Condições em que as interações medicamentosas são susceptíveis de serem
clinicamente significativas

CONDIÇõES EM QuE AS INTERAÇõES MEDICAMENTOSAS
SÃO SuSCEPTÍVEIS DE SEREM ClINICAMENTE SIGNIFICATIVAS
• A eliminação do fármaco ocorre por uma única via metabólica.

• O fármaco é um potente indutor ou inibidor de enzimas metabólicas
• Um ou ambos os fármacos em interação tem uma curva dose-resposta íngreme.

• Um ou ambos os fármacos que interagem têm um índice terapêutico estreito.
• A inibição enzimática primária ou a indução enzimática secundária resulta no desvio do fármaco
para uma via alternativa que gera um metabolito com atividade farmacodinâmica tóxica ou
modificada.
• O fármaco tem uma farmacocinética não linear ou a IM resulta na conversão de uma
farmacocinética linear para não linear.
• O fármaco é metabolizado através, ou inibe uma enzima metabolizadora polimórfica.

Adaptado de Scripture & Figg, 2006




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