Page 24 Manual de Interações medicamentosas no tratamento da dor crónica
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Sendo o CYP2D6 uma das vias com papel importante na ativação/inativa-
ção dos opióides utilizados no tratamento da dor, será de esperar que os
MU tenham aumento do metabolismo, os ME corresponderiam à maior par-
te da população, os MI teriam uma atividade reduzida e os MF não terão se-
quer atividade farmacológica (5 a 10% dos caucasianos). (Shannon, 2007)
O significado clínico deste polimorfismo é variável: se o opióide é adminis-
trado inativo ou como um pro-fármaco que é convertido em morfina no
organismo, como é o caso da codeína e tramadol, os doentes MU, com
uma pequena dose vão sentir um efeito exagerado e potencialmente tóxico;
se, por outro lado, o doente é MF, não vai existir quase efeito terapêutico.
(Overholser & Foster, 2011) (Sadhasivam & Chidambaran, 2012)
Como enzimas que são, o complexo do CYP450 está ainda sujeito a in-
dução (aumento de atividade) e inibição (diminuição de atividade) enzimá-
tica, relevantes para o surgimento de IM. Os fármacos metabolizados pelo
CYP450 são considerados substratos.
A indução enzimática é resultante de um aumento da produção da enzima
ou diminuição da sua degradação natural, pelo que podem decorrer dias a
semanas até se verificar a IM. Apenas algumas isoenzimas são induzíveis,
sendo a CYP1A2, CYP2C9, CYP2E1 e CYP3A, as que têm indutores com
significado clínico. A presença de indutores enzimáticos diminui a concen-
tração sérica do fármaco e a sua eficácia. Tabela 2
(Shannon, 2007) (Dickman, 2012)
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