Page 43 Manual de Interações medicamentosas no tratamento da dor crónica
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Síndrome Serotoninérgico
O síndrome serotoninérgico (ou toxicidade serotoninérgica) resulta do ex-
cesso de serotonina na fenda sináptica a nível do SNC e deve ser consi-
derado como um espectro de toxicidade, ao invés de uma entidade clínica
definida, com clara importância prognóstica. Como tal, é uma toxicidade
dependente da concentração que pode desenvolver-se em qualquer indi-
víduo e não uma reação idiossincrática a um fármaco, como a síndrome
neuroléptica maligna. (Dunkley E, 2003)
A sua maninfestação clínica traduz-se numa tríade de fenómenos excitató-
rios, com relação dose-efeito, de gravidade crescente:
• Hiperatividade neuromuscular (espontânea, indutível ou ocular): inquieta-
ção, tremor, clonus, mioclonus, hiperreflexia, rigidez piramidal (tardio);
• Hiperatividade autonómica: diaforese, febre, flushing, taquicardia e ta-
quipneia, diarreia, midríase, labilidade tensional;
• Perturbação do estado de consciência: hipervigilância, agitação, excita-
ção, confusão mental, alucinações, convulsões.
Estão descritos vários casos de síndrome serotoninérgico (SS) grave com
a utilização de Inibidores da monoaminoxidase (IMAO) associados a drogas
estimulantes de abuso, como as anfetaminas e o ectasy, libertadoras de
serotonina.
A combinação IMAO com os inibidores da recaptação da serotonina (IRS)
pode resultar numa reação serotoninérgica grave e eventualmente fatal.
(Gillman, 2005)
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