Page 42 Manual de Interações medicamentosas no tratamento da dor crónica
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Os antidepressivos e os anticonvulsivantes, fármacos frequentemente pres-
critos como coanalgésicos em doentes com dor crónica, podem agir siner-
gicamente sobre o SNC, causando sedação e confusão mental. (HeisKa-
nen & Kalso, 2012)


Os efeitos anticolinérgicos dos opióides (xerostomia, retenção urinária, hipo-
tensão ortostática, confusão mental, disfunção cognitiva) são intensificados
com a utilização simultânea de outros fármacos com atividade anticolinérgi-
ca, como os antidepressivos tricíclicos. Os idosos, pela sua fragilidade, são
uma população especialmente sensível e em que o risco desta IM é maior.
Por outro lado, a interação dos fármacos colinérgicos com os opióides, nos
doentes com demência de Alzheimer, pode ser responsável por menor con-
trolo da doença resultante de ação antagónica. (HeisKanen & Kalso, 2012)


Algumas IM são propositadas e utilizadas em benefício do doente, a título
de exemplo:


• Administração de haloperidol (antagonista dopaminérgico) na prevenção
e tratamento de náuseas e alucinações associadas aos opióides;


• Administração de cetamina com morfina, que em associação produz um
efeito analgésico superior à sua administração individual;


• Agonistas dopaminérgicos com opióide nos doentes com síndrome de
pernas inquietas, para controlo das disestesias e sintomas motores.













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