Page 41 Manual de Interações medicamentosas no tratamento da dor crónica
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Interações Farmacodinâmicas


Sistema Nervoso Central (SNC)

Os opióides inibem a libertação de vários neurotransmissores (noradrena-
lina, acetilcolina, glutamato, GABA e glicina) no SNC e à periferia, o que
propicia IM com fármacos cuja ação principal se produz a este nível, como
sejam as benzodiazepinas (gabaérgico), os anticolinérgicos (ex: antidepres-
sivos tricíclicos), inibidores das colinesterases (ex: fisiostigmina e rivastigmi-
na, usadas na doença de Alzheimer), dopaminérgicos (ex: levodopa usada
na doença de Parkinson) e antidopaminérgicos (ex: haloperidol). (HeisKa-
nen & Kalso, 2012)


A relevância da IM vai variar de acordo com o estado físico do doente e a
gravidade da doença subjacente. É expectável que a IM seja menor se for
utilizada uma dose baixa de opióide, administrada de forma crónica com
incrementos lentos e progressivos, acompanhados de monitorização dos
efeitos adversos.


A associação de fármacos depressores do SNC (ex: benzodiazepinas), an-
tidepressivos ou álcool aos opióides, potencia o efeito depressor central
de ambos, aumentando o risco de sedação excessiva, tontura, queda e
depressão respiratória. Este efeito é mais pronunciado quando a adminis-
tração é aguda e as doses utilizadas são elevadas. (Mozayani & Raymon,
2004) (HeisKanen & Kalso, 2012)


Num estudo de Manchikanti, cerca de 75% de 533 doentes que recebiam
terapia crónica com opióides estavam em simultâneo medicados com ben-
zodiazepinas e / ou antidepressivos, 25% dos quais com uma associação
dos 3. (Manchikanti L, 2009)



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