Page 21 Volume 19 - N2 - 2011
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Dor (2011) 19
no teste t de Student), tendo ambos os grupos
uma média de idade de 52 anos (Fig. 1). 70
Os estudos de condução nervosa revelaram
diferenças estatisticamente significativas em todas 65
as velocidades de condução sensitivas e em al- 60
guns casos de velocidades de condução motora,
de acordo com as quadros 3-6 e figuras 2-7. Idade 55 © Permanyer Portugal 2011
Discussão 50
Diversas hipóteses foram avançadas na tenta- 45
tiva de explicar os mecanismos fisiopatológicos
da FM, não sendo nenhuma delas encarada como 40
mecanismo exclusivo mas antes um de vários fac- Grupo Grupo
tores concorrentes para o desenvolvimento da de estudo de controlo
patologia. A maioria da investigação centra-se Grupo
no estudo do sistema nociceptivo e do processa-
mento da dor a nível do sistema nervoso central, Figura 1. Distribuição etária dos grupos.
abordando várias vertentes:
– Os doentes com FM experienciam a dor de
uma forma distinta da população geral, ten-
do-se demonstrado em estudos de avaliação
subjectiva da dor, de avaliação objectiva dos
reflexos periféricos à dor e de neuroimagio- 70
logia que estes indivíduos apresentam um 65
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limiar à dor inferior .
– Existe evidência de que a fisiopatologia da 60
FM está relacionada com o processamento
anormal da dor a nível central, explicada por VCS nervo mediano 55
fenómenos de sensibilização central dos neu-
rónios 5,12,13 , para os quais contribui a activa- 50
ção de receptores N-metil-D-aspartato (NMDA)
na membrana pós-sináptica no corno dorsal 45
5
da medula . Pensa-se que também contri- 40
buirão mecanismos de desregulação nas
Grupo
Grupo
vias inibidoras descendentes da dor . de estudo de controlo
5
– Estudos neuroimagiológicos da FM com RM
funcional demonstraram activação de áreas Grupo Sem o consentimento prévio por escrito do editor, não se pode reproduzir nem fotocopiar nenhuma parte desta publicação
cerebrais da dor com estímulos de menor
intensidade . Estudo realizado com tomo- Figura 2. Distribuição VCS nervo mediano.
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grafia por emissão de pósitrons - tomografia
computorizada (PET-TC) revelou diminuição
do fluxo sanguíneo no hipotálamo e núcleo
5
caudado dos doentes com FM .
– Demonstrou-se também que cerca de 80%
dos doentes com FM têm níveis aumentados 40
de substância P no líquido cefalorraquidiano,
a qual pode ser produzida por neurónios 35
centrais ou periféricos . Foram também re-
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veladas alterações noutros neurotransmis-
sores e proteínas reguladoras, bem como Latência nervo mediano 30
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no eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal .
– Os doentes com FM têm uma elevada inci-
dência de comorbilidades psiquiátricas, 25
levando a pensar que os fenómenos psico-
patológicos podem participar no desenvol-
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vimento da doença . 20
Embora até agora se tenha atribuído menos Grupo Grupo
importância aos tecidos periféricos onde a dor de estudo de controlo
é referida pelos doentes, alguns estudos apon- Grupo
DOR tam para eventuais alterações histológicas a nível
muscular, embora a sua metodologia seja discu-
20 tível . Poderão eventualmente existir alterações Figura 3. Distribuição latência nervo mediano.
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