Page 28 Opióides
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Utilização clínica












Vias de administração

Os opióides podem ser administrados por diversas vias. A opção por
uma delas depende de uma grande variedade de factores, que abor-
daremos apenas sumariamente. Estes factores estão relacionados
com:

– As características do síndrome álgico (dor aguda? dor crónica
oncológica?);

– A capacidade do doente usar uma determinada via e/ou sistema
de libertação de opióide (ex.: doentes sem via oral, PCA, etc.);
– A patologia associada do doente;

– As complicações associadas com determinadas vias de adminis-
tração e que são variáveis de doente para doente;

– O custo económico.
Todos os opióides mais vulgarmente utilizados para analgesia
são, como vimos, agonistas µ potentes, pelo que produzem analge-
sia, afectando simultaneamente o sistema respiratório (produzindo
depressão), e o sistema gastrointestinal (redução da motilidade).
Os agonistas parciais µ (ex.: buprenorfina), têm um «efeito de
tecto» (ceilling effect), em relação à analgesia, pelo que o escalo-
namento das doses do fármaco não deve ultrapassar certo limiar a
partir do qual não há incremento da analgesia. Os agonistas µ fra-
cos (ex.: codeína, hidrocodona, etc.), são essencialmente adminis-
trados em combinação com os anti-inflamatórios não esteróides
(AINES) e/ou paracetamol, especialmente em doentes com dor cró-
nica oncológica, em que as doses limite dos AINES e paracetamol
já foram atingidas, correndo o doente o risco de desenvolver toxi-
cidade hepática.

Por facilidade de exposição, iremos apenas referir as principais
características dos opióides agonistas µ (ex.: morfina, metadona, oxi-
codona, fentanil, sufentanil, etc.).


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