Page 31 Opióides
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de sistemas de libertação lenta (ex.: PCA). É portanto uma via a ser
utilizada apenas em casos com indicações específicas.
Os opióides mais utilizados por esta via são: morfina, meperidina, fentanil,
sufentanil, alfentanil e remifentanil (estes quatro últimos são apenas usados
no peri-operatório). A utilização prolongada de meperidina, pode levar à
acumulação do seu metabolito, normeperidina, com diminuição da função
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renal e toxicidade do sistema nervoso central, incluindo convulsões .
Uma referência ao fentanil, sufentanil, alfentanil e remifentanil. São
opióides lipossolúveis muito potentes, usados essencialmente no período
peri-operatório e com controlo directo do anestesiologista. O fentanil,
como já foi referido, é cerca de 100 vezes mais potente que a morfina,
enquanto o sufentanil é cerca de 1.000 vezes mais potente que a morfi-
na. O seu elevado custo económico e as suas características de potência,
início rápido de acção e semi-vida plasmática relativamente curta, condi-
cionam o seu uso fora do bloco operatório a casos específicos.

Por esta via de administração, é frequente a utilização de perfusões
contínuas de opióides, que apresentam como principal vantagem a ca-
pacidade de manter os doentes sempre no «seu corredor analgésico»,
mas com as grandes desvantagens de limitar a mobilidade do doente e
de exigir a intervenção regular de pessoal técnico especializado .
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A PCA (patient-controlled analgesia ou «analgesia controlada pelo
doente»), é uma técnica de administração de fármacos (geralmente opiói-
des), que pode (ou não), congregar a perfusão contínua com a auto-admi-
nistração de bolus previamente definidos pelo médico, usando para tal um
dispositivo semelhante a uma seringa perfusora com um manípulo para a
auto-administração (Figs. 10 e 11). O médico programa o valor da perfusão
de base (se achar necessário), do bolus a auto-administrar e do lock out,
ou seja, do período de tempo que medeia entre «dois pedidos» eficazes do
doente. O não respeito pelo lock-out por parte do doente resulta num
«pedido» ineficaz. Estas seringas possuem mecanismos de segurança que
evitam sempre a administração de doses excessivas dos opióides. A via
endovenosa é geralmente a mais utilizada, principalmente no pós-operató-
rio imediato. No entanto, esta filosofia de funcionamento é facilmente
aplicável a outras vias de administração, como por exemplo a subcutânea
(ex.: na dor crónica oncológica), intra-muscular, etc. É contra-indicado o
seu uso em doentes com estados confusionais crónicos 28-33 .

Via subcutânea


Esta via tem especial indicação em doentes que não possuem um caté-
ter venoso, em estádio terminal ambulatório ou que apresentam intole-


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