Page 27 Volume 13 - N.2 - 2005
P. 27
Dor (2005) 13
esquerda, conforme o biótipo e hábitos do do- cularização laser, terapêutica genética e contra-
ente no que respeita à indumentária, posição pulsão externa), obrigam-nos a adequar a nossa
de repouso no leito, etc. Após sutura das actuação a uma procura tendencialmente maior,
feridas e colocação de pensos, o doente é segundo critérios internacionais que permitam a
recolocado em decúbito dorsal, em posição inclusão dos nossos dados clínicos em estudos
semi-sentada, com regulação posterior dos pa- prospectivos de vária ordem. Cabe à APED e a
râmetros de neuroestimulação, sempre em Entidades Reguladoras dos nossos serviços de
modo bipolar, já que o modo unipolar é mais saúde a designação das Unidades de Dor do
doloroso. A alta hospitalar, nas 24 horas seguin- nosso País credenciadas para a neuroestimula-
tes, decorre após visita médica e certificação ção, à semelhança do que se faz internacional-
de uma situação clínica favorável. mente. Critérios de competência e de actuação
O doente volta ao fim de 8 dias para extracção devem ser auditados por entidades externas às
de pontos e recertificação do seu estado clínico. Unidades.
Durante este período, o doente pode contactar
a Unidade de Dor através de uma linha aberta. Bibliografia
Após este período, o doente é revisto aos 3, 1. Mannheimer C, Camici P, Chester MR, et al. The problem of chron-
6 e 12 meses. Nessas alturas os parâmetros ic refractory angina. Report from the ESC Joint Study Group on the
podem ser reprogramados de acordo com as Treatment of Refractory Angina. Eur Heart J 2002;23:355-70.
necessidades do doente, sendo retestada a efi- 2. de Jongste M, Liem L, Spincemaille G, Theuvenet P, Delhaas E,
Koning H. STUDY PROTOCOL on the Quality of Spinal Cord Stimu-
cácia do sistema. Ferramentas de avaliação da lation as an Additional Therapy for Chronic Refractory Angina Pec-
qualidade de vida, o questionário de angina de toris. Julho 2003.
Seattle, o mapa diário de actividades e a detec- 3. Cosın J, Asın E, Marrugat J, et al. Prevalence of angina pectoris in
Spain. PANES Study group. Eur J Epidemiol 1999;4:323-30.
ção de complicações são avaliadas em cada 4. Spinal cord stimulation for the management of pain: recommenda-
consulta. tions for best clinical practice. A consensus document prepared on
behalf of the British Pain Society in consultation with the Society of
British Neurological Surgeons. 2005.
Discussão 5. Murphy DF, Giles KE. Intractable angina pectoris: Management with
dorsal column stimulation. Med J Austral 1987;146:260.
A prática de neuroestimulação medular na an- 6. A. Latif: Spinal Cord Stimulation for Chronic Intractable Angina Pectoris:
gina refractária é escassa na nossa Unidade de A Unified Theory on Its Mechanism. Clin Cardiol 2001;24:533-41.
Dor, apesar de sermos a unidade pioneira de im- 7. Sanderson J, Ibrahim B, Waterhouse D, Palmer R. Spinal electrical
plantação da técnica neste grupo de doentes no stimulation for intractable angina – long-term clinical outcome and
safety. Eur Heart J 1994;15:810-4.
nosso País. A prevalência da doença, por agora 8. Greco S, Auriti A, Fiume D, et al. Spinal cord stimulation for the
desconhecida, mas que é significativa e cres- treatment of refractory angina pectoris: a two year follow-up. PACE
cente, bem como o sucesso da técnica sobre 1999;22:26-32.
outras formas terapêuticas menos eficazes, mais 9. Mannheimer C, Eliasson T, Augustinsson L-E, et al. Electrical stimu-
lation versus coronary artery bypass surgery in severe angina pec-
invasivas ou consumidoras de recursos (revas- toris: the ESBY study. Circulation 1998;97:1157-63.
DOR
26