Page 29 Volume 13 - N.4 - 2005

Dor (2005) 13
parecerem uma imensidão, devemos também 5. Snow L, Rapp MP, Kunik M. Pain management in persons with de-
acrescentar a variação interindividual nos pa- mentia, BODIES mnemonic helps caregivers relay pain-related sig-
drões do comportamento e associar o facto das ns, symptoms to physicians and nursing staff. Geriatrics 2005;
60(5):22-5.
escalas serem complexas e morosas de imple- 6. Cook AKR, Niven CA, Downs HG. Assessing the pain of people with
mentar na prática do dia-a-dia, considerando cognitive impairment. Int J Geriatr Psychiatry 1999;14:421-5.
ainda que a sua interpretação está dependente 7. Murdoch J, Larsen D. Assessing pain in cognitively impaired older
adults. Nursing Standard 2004;18:33-9.
do observador (características sociais, culturais 8. Grossman HJ. Classification in mental retardation. Washington, DC:
16
e estado de espírito, entre outros) . American Association on Mental Deficiency; 1983.
9. International classification of impairment, disability and handicaps.
Conclusão Geneve: WHO; 1993.
10. International classification of disease (ICD-10). Classification of men-
Como profissionais da saúde apostados em tal and behavioural disorders; clinical description and diagnostic
«curar», a nossa tentação é querer interpretar a guidelines. Geneve: WHO; 1992.
dor do doente utilizando a nossa perspectiva da 11. Crowe S, O’Shea D. The challenge of assessing and managing pain
situação. As representações que temos da dor in early and later life. British Journal of Anaesthesia 2003;6(91):924.
podem conduzir-nos à banalização dos sintomas 12. Taylor LJ, Harris J, Epps CD, Herr K. Psychometric evaluation of
selected pain intensity scales fro use with cognitively impaired
descritos, pelo que devemos proceder à utilização and cognitively intact older adults. Rehabilitation Nursing 2005;
sistemática de instrumentos de avaliação na ten- 30(2):55-61.
tativa de evitar esses desvios de interpretação. 13. Davies E, Male M, Reimer V, Turner M. Pain assessment and cogni-
tive impairment: part 2. Nursing Standard 2004;19(13):33–40.
É necessária a realização de pesquisa cientí- 14. Ferrel BA, Ferrel BR, Rivera L. Pain in cognitive impaired nursing
fica no sentido de validar e uniformizar resulta- home patients. J Pain Sympton Manage 1995;10(8):5918.
dos. Actualmente, a evidência apoia a observa- 15. Davies E, Male M, Reimer V, Turner M, Wylie K. Pain assessment and
ção de comportamentos e o registo das suas cognitive impairment: part 1. Nursing Standard 2004;19(12):39-42.
variações para a avaliação da dor nos doentes 16. Stallard P, Williams L, Lenton S, Vulwman R. Pain in cognitively im-
paired, non-cominucating children. Arch Dis Child 2001;85:460-2.
com défices cognitivos, sobretudo quando estes 17. Malviya S, Voepel-Lewis T, Tait AR, et al. Pain management in chil-
são incapazes de verbalização . Os enfermeiros dren with and without cognitive impairment following spine fusion
7
são os profissionais que mais tempo passam surgery. Paediatr Anaesth 2001;11:453–8.
com os doentes, tendo um papel chave na ava- 18. Finley GA, McGrath PJ, Forward SP. Parent’s management of
children’s pain following “minor” surgery. Pain 1996;64:837.
liação e abordagem da dor. A avaliação correc- 19. Breau LM, McGrath PJ, Camfield CS, Finley GA. Psychometric pro-
ta depende pois da disponibilidade de tempo, perties of the non-communicating children’s pain checklist-revised.
paciência e interesse de todos os cuidadores. Pain 2002;99(1-2):349-57.
Estes doentes têm o direito de ver a sua dor 20. Metzger C, Muller A, Schwetta M, Walter C. Cuidados de Enferma-
tratada. Tal só pode ser conseguido com obser- gem e Dor. 1ª edição. 2002. p. 177–-80.
vação comportamental, interrogação directa, rea- 21. Voeple-Lewis T, Merkel S, Tait AR, Trzcinka A, Malviya S. The relia-
bility and validity of the Face, Legs, Activity, Cry, Consolability with
valiações regulares e registos claros e precisos. Cognitive Impairment. Anesth Analg 2002;95:1224-9.
Recorrer a escalas e tabelas de comportamento 22. Murdoch J, Larsen D. Assessing pain in cognitively impaired older
é recomendável, no entanto, apesar do seu nú- adults. Nurs Stand 2004;18(38):33-9.
mero razoável, não existe nenhuma que permita 23. Horgas AL, Tsai P. Analgesic Drug Prescription and Use in Cogniti-
vely Impaired Nursing Home Residents. Nursing Research 1998;
o diagnóstico correcto e fidedigno com resultados 47(4):235-42.
reprodutíveis. Isto significa que todos estes méto- 24. Feldt KS, Ryden MB, Miles S. Treatment of pain in cognitively impai-
dos devem ser adaptados e individualizados. A red compared with cognitively intact older patients with hip-fracture.
Journal of the American Geriatrics Society 1998;46(9):1079-85.
correcta abordagem e tratamento da dor devem 25. Morrison RS, Siu AL. A comparison of pain and its treatment in
ser objectivos prioritários na tentativa de diminuir- advanced dementia and cognitively intact patients with hip fractura.
mos o número dos sofredores silenciosos. J Pain Symptom Manage 2000;19:240-8.
26. Brockopp D. Nursing Knowledge: acute post-operative pain mana-
Bibliografia gement in the elderly. Journal of Gerontological Nursing 1993;
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